Estava previsto um encontro dos dois chefes de Estado na próxima semana, por ocasião da conferência do clima da ONU (COP26) em Glasgow, na Escócia, mas um alto responsável da Administração Biden disse hoje à imprensa que o encontro será "amanhã", domingo.
Biden e Erdogan tiveram oportunidade de se saudar hoje brevemente, na abertura da cimeira do G20.
As relações entre Washington e Ancara estão tensas nomeadamente devido à aquisição pela Turquia de um sistema de defesa russo, apesar da sua pertença à Aliança Atlântica.
Os dois dirigentes avistaram-se em junho, na cimeira anual da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte).
Depois disso, Biden não recebeu Erdogan, como este esperava, em setembro, por altura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque.
Na passada segunda-feira, Erdogan desistiu 'in extremis' de expulsar dez embaixadores ocidentais cujo abandono da Turquia tinha ordenado, um dos quais o dos Estados Unidos, além dos de países como Canadá, França, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Noruega e Suécia.
Os dez diplomatas tinham-se mobilizado a 18 de outubro em favor da libertação do filantropo turco Osman Kavala, na prisão há quatro anos sem julgamento, exigindo numa carta conjunta "uma solução justa e rápida" do caso -- uma iniciativa "indecente e um enorme insulto", segundo o chefe de Estado turco.
Erdogan desistiu, contudo, de os expulsar após uma declaração da embaixada norte-americana, reproduzida pelos demais protagonistas, garantindo que respeitavam os termos da Convenção de Viena que enquadra as relações diplomáticas e proíbe qualquer ingerência nos assuntos internos dos países anfitriões.
Ancara está também em desacordo com Washington na questão dos mísseis russos S-400 e ainda na dos contratos de aviões de combate norte-americanos F-35, pagos pela Turquia (1,2 mil milhões de euros) e não entregues.
O Presidente turco espera, em compensação, a entrega de peças para caças F-16.
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