Este ano "foi marcado por uma evolução perigosa, até mesmo catastrófica, nas relações internacionais", com "o uso excessivo de força como opção imposta pelos mais fortes aos mais fracos e indefesos", considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Ahmed Attaf.
Uma direção que condicionou uma nova realidade "cujas repercussões se fizeram sentir em todo o mundo, particularmente no mundo árabe e no continente africano", referiu.
O ministro sublinhou que esta tendência se reflete na "violação do direito internacional, à vista de todos, e no desrespeito pela legalidade internacional, com total impunidade, como forma de impor domínio e mostrar arrogância aos outros".
Além disso, Ahmed Attaf alertou para "a neutralização das organizações internacionais, particularmente da ONU, para enfraquecer o seu papel e, assim, provocar a fragmentação da comunidade internacional e estabelecer uma nova ordem caracterizada pela introversão, egocentrismo e unilateralismo".
Face ao cenário, Attaf anunciou que Argel vai trabalhar, neste mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança, para "mostrar a sua luz nas questões que mais preocupam o mundo árabe e o continente africano".
"A Argélia dedica o seu mandato no Conselho de Segurança à defesa de causas justas, a começar pelas causas palestinianas e saarauí, defendendo os direitos inalienáveis desses povos, de acordo com a legalidade internacional", defendeu.
A presidência do Conselho, órgão máximo da ONU encarregado de manter a paz e a segurança no mundo, é rotativa mensalmente entre os seus membros, sendo cinco deles permanentes com direito de veto (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) e 10 não permanentes, cinco dos quais são eleitos anualmente pela Assembleia.
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