O homem que fez explodir um Tesla Cybertruck à porta do Trump International Hotel, em Las Vegas, escreveu críticas ao governo dos Estados Unidos nos dias que antecederam a sua morte e teria uma perturbação de stress pós-traumático, segundo revelaram, esta sexta-feira, as autoridades.
Em conferência de imprensa, o xerife Dori Koren, do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas, disse que os investigadores conseguiram aceder a um dos dois telemóveis encontrados no Cybertruck e encontraram documentos numa aplicação que funcionava quase como um diário.
Nessas notas, Matthew Alan Livelsberger documentou alguns dos seus movimentos e estado de espírito entre 21 de dezembro e a véspera de Ano Novo. Escreveu sobre "queixas políticas, questões relacionadas com conflitos noutros locais", bem como "questões domésticas", sociais e desafios pessoais.
Duas cartas na aplicação parecem apontar para um motivo para a explosão, disse Koren. Numa delas, ele diz aos "companheiros de serviço, veteranos e todos os americanos" que é hora de "acordar" porque a liderança do país é "fraca" e "só serve para enriquecer".
"Somos os Estados Unidos da América, o melhor país (...) que alguma vez existiu, mas, neste momento, estamos em estado terminal e a caminhar para o colapso", escreveu. "Isto não foi um ataque terrorista. Foi uma chamada de atenção. Os americanos só prestam atenção aos espetáculos e à violência. Que melhor maneira de transmitir o meu ponto de vista do que uma proeza com fogo de artifício e explosivos? ... Preciso de limpar a minha mente dos irmãos que perdi e aliviar-me do fardo das vidas que tirei", afirmou numa das notas.
Já Spencer Evans, o agente especial encarregue da Divisão de Las Vegas do FBI, disse que o incidente parece ser "um trágico caso de suicídio envolvendo um veterano de combate altamente condecorado que estava a lutar contra um transtorno de stress pós-traumático e outros problemas".
Recorde-se que a explosão aconteceu quarta-feira. Livelsberger, 37 anos, do Colorado, morreu no incidente e sete outras pessoas ficaram feridas. O homem foi encontrado com um ferimento de bala na cabeça, que parece ter sido "auto-inflingido".
Livelsberger serviu nos Boinas Verdes [Green Berets, em inglês], forças especiais altamente treinadas que trabalham para combater o terrorismo no estrangeiro e treinar parceiros de outros países, detalhou o Exército norte-americano em comunicado.
Este militar serviu no Exército desde 2006, subindo na hierarquia com uma longa carreira em missões no estrangeiro, destacando-se duas vezes no Afeganistão e servindo na Ucrânia, Tajiquistão, Geórgia e Congo, ainda segundo a mesma fonte.
Foi condecorado com duas Estrelas de Bronze, incluindo uma com bravura, por coragem sob fogo, um distintivo de infantaria de combate e uma Medalha de Louvor do Exército com bravura. Livelsberger estava de licença aprovada quando morreu, de acordo com a força militar.
Segundo a polícia, o condutor do Tesla detonou uma combinação de fogo-de-artifício, botijas de gás e combustível na parte de trás do veículo, a partir do interior do automóvel. O veículo estava carregado com botijas de gás e de combustível para campismo e morteiros pirotécnicos de alto calibre.
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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos autodestrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:
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Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159
SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545
Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707
Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
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