Quatro médicos e um guarda prisional foram feitos reféns, na manhã desta sexta-feira, no estabelecimento prisional de Arles, em Bouches-du-Rhône, no Sul de França, por um recluso com "perturbações psiquiátricas", avança o La Provence.
De acordo com este jornal, o prisioneiro está a ameaçar os reféns, dentro da enfermaria, com uma arma branca artesanal.
De imediato foi montada uma operação para colocar um ponto final no sequestro, que conta com vários elementos do Raid, uma unidade especial da polícia francesa de elite.
Um dos reféns, a psiquiatra, foi libertada pelas 15h locais, 14h em Lisboa. Três profissionais de saúde e um guarda profissional continuam sob sequestro.
Avança ainda a publicação que o recluso é conhecido pelo seu comportamento perigoso. Tem 37 anos, é natural do Guiana, país da América do Sul, e cometeu "numerosos crimes", entre os quais uma violação sob ameaça de arma de fogo.
Em 2013, o homem, que seria libertado em 2031, ter-se-á mesmo radicalizado. Apesar disso, as autoridades acreditam que esta tomada de reféns não tem motivos jihadistas. Estará sim relacionada com o facto de o homem ter visto o seu pedido de transferência recusado.
O ministro da Justiça de França já garantiu, na rede social X, que está a acompanhar de perto a evolução da situação.
5 personnes sont retenues en otage à la maison centrale d’Arles, dont 4 personnels soignant et un agent pénitentiaire. Nous avons mobilisé tous les moyens pour y faire face. Je suis en temps réel l’évolution de la situation.
— Gérald DARMANIN (@GDarmanin) January 3, 2025
137 reclusos com "longas penas"
Segundo o La Provence, a Casa Central de Arlesian, onde está a decorrer o sequestro, foi construída em 1990 e, ao contrário do que acontece em muitas cadeias francesas, não sofre de sobrelotação. Neste momento, a taxa de ocupação do espaço é de 85%, ou seja, tem lugar para 159 reclusos, mas tem apenas 137.
Porém, a maioria dos prisioneiros que cumprem pena nesta cadeia foram condenados a "longas penas" e sofrem "de graves problemas psiquiátricos", como denunciou, no passado mês de outubro o sindicato da Justiça FO.
[Notícia atualizada às 14h21]
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