Nicolás Maduro agradeceu ainda a Karim Khan por "se ter dedicado a conhecer com profundidade o caso da Venezuela", no âmbito de uma visita de três dias ao país.
Após o encontro não foram prestadas declarações à imprensa. No entanto, um comunicado da Presidência da Venezuela dá conta que o encontro teve lugar no âmbito "do espírito de cooperação" entre o Governo venezuelano e o TPI.
"A Venezuela está disposta a construir pontes para estabelecer um diálogo de cooperação positiva", explica o comunicado que sublinha "o férreo compromisso e máximo respeito que a Venezuela tem pelo TPI, como um dos primeiros signatários do Estatuto de Roma".
Entretanto o líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, disse hoje esperar que o procurador do TPI possa reunir-se com "vítimas das atrocidades da ditadura de Nicolás Maduro".
"Os venezuelanos procuram justiça porque no nosso país ela é negada e (está) sequestrada pela ditadura. Perante isso, a presença na Venezuela do Procurador-Geral do TPI, Karim Khan, é histórica. Maduro e os membros do regime são apontados por crimes contra a humanidade", escreveu Juan Guaidó na sua conta do Twitter.
Em novembro de 2020 a ex-procuradora-geral do TPI Fatou Bensouda, disse que existia "uma base razoável para acreditar" que na Venezuela foram cometidos crimes que lesam a humanidade, desde 2017 e "de competência daquele organismo".
Desde 8 de Fevereiro de 2018, que o TPI investiga a Venezuela, para de determinar se existem fundamentos para a abertura formal de uma investigação sobre alegados crimes cometidos no contexto de violentas manifestações antirregime ocorridas em 2017.
A Venezuela acusa o Grupo de Lima (coligação de vários países da América Latina que procuram uma mudança de regime na Venezuela), de promover a investigação contra Caracas no TPI.
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