Rebeldes do Tigray rejeitam estado de emergência na Etiópia
Os rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF), em guerra com o Governo central da Etiópia, entendem o estado de emergência declarado pelas autoridades como uma forma "para prender ou matar tigreanos à vontade".
© Getty Images
Mundo Etiópia
"Como o regime do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, está à beira do colapso, os seus tenentes estão a desencadear um reino de terror e vingança", disse o porta-voz dos rebeldes, Getachew Redá, na sua conta oficial no 'Twitter'.
Na terça-feira, o Conselho de Ministros da Etiópia anunciou um estado de emergência com efeito imediato e por um período de seis meses (prorrogável, se necessário) para, segundo o Governo, controlar as forças rebeldes e evitar a desintegração do país.
Esta declaração veio depois do LTTE ter anunciado entre sábado e segunda-feira que iria tomar as cidades de Dessie e Kombolcha, ambas localizadas em Amhara, uma região a sudoeste de Tigray e a menos de 400 quilómetros da capital etíope, Adis Abeba.
A guerra entre o Tigray e o executivo central da Etiópia estalou a 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope ordenou uma ofensiva contra o LTTE como retaliação por um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.
Desde então, milhares de pessoas foram mortas, cerca de dois milhões foram deslocadas internamente em Tigray e pelo menos 75.000 etíopes fugiram para o vizinho Sudão, de acordo com números oficiais.
Além disso, quase sete milhões de pessoas enfrentam uma "crise de fome" devido à guerra, alertou o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU.
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