"A conclusão deste estudo constitui um marco fundamental que confirma de forma inequívoca a viabilidade do desenvolvimento do Greater Sunrise em Timor-Leste", afirmou o porta-voz do Governo e ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira.
"Esta solução irá trazer benefícios significativos e sustentáveis para o povo timorense e irá consolidar o potencial económico do país. Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com os nossos parceiros para implementar esta visão", salientou o ministro timorense.
Segundo o Governo, o estudo conceptual, realizado entre abril e novembro, "confirma também que o desenvolvimento do projeto em Timor-Leste é a mais vantajosa para o país, garantindo significativos benefícios económicos e sociais".
A empresa britânica estudou quatro opções principais, nomeadamente o desenvolvimento do Greater Sunrise para Timor-Leste, para Darwin (no norte da Austrália), no campo de gás Ichthys, também na Austrália e operado pela japonesa INPEX, e uma nova instalação de Gás Natural Liquefeito, também na Austrália.
"A opção Gás Natural Liquefeito de Timor-Leste (TLNG, sigla em inglês) destaca-se por prever menores custos operacionais e, ao permitir melhores retornos gerais direitos e indiretos para Timor-Leste, criará um grande impacto socioeconómico no país", refere o Governo timorense.
O executivo salienta também que o Greater Sunrise em Timor-Leste, segundo o estudo, poderá ter um "maior impacto positivo no Produto Interno Bruto e na criação de empregos, sendo igualmente a que apresenta os maiores retornos para o consórcio de desenvolvimento" daquele campo de gás.
O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás (10%).
"De acordo com o estudo, o TLNG também permitirá alcançar melhores retornos diretos 'upstream' para a Austrália", refere o Governo timorense.
Localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o projeto Greater Sunrise tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.
O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80% se o processamento for em Darwin.
A ligação do gasoduto ao sul de Timor-Leste é considerada, pelas autoridades timorenses, como estratégica para o crescimento económico do país.
Numa declaração conjunta, divulgada no sábado, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e o homólogo australiano, Anthony Albanese, anunciaram que a Austrália propôs fazer um investimento significativo em Timor-Leste através do estabelecimento de um fundo de infraestruturas.
O fundo, segundo a declaração, seria capitalizado a partir de uma parte das receitas futuras da Austrália no Greater Sunrise.
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