China classifica como "provocação" plano das Filipinas para adquirir mísseis

As Filipinas planeiam comprar um sistema de mísseis de médio alcance dos Estados Unidos, para proteger os seus interesses marítimos, plano que Pequim descreveu hoje como uma "corrida ao armamento" e uma "provocação".

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Lusa
23/12/2024 09:05 ‧ há 3 horas por Lusa

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No final de abril, o exército norte-americano instalou o sistema de mísseis Typhoon nas Filipinas, no âmbito de exercícios militares conjuntos anuais, mas decidiu mantê-lo no local, apesar das críticas de Pequim, que o considerou desestabilizador para a região.

 

"O plano é adquiri-lo porque vemos a sua viabilidade e funcionalidade no nosso conceito de implementação da defesa do arquipélago", disse o tenente-general Roy Galido, chefe do exército filipino, em conferência de imprensa.

"Tenho o prazer de anunciar aos nossos compatriotas que o vosso exército está em vias de desenvolver esta capacidade no interesse da proteção da nossa soberania", afirmou, acrescentando que o número total de armas a adquirir dependerá de considerações "económicas".

Regra geral são necessários pelo menos dois anos ou mais para que o exército filipino adquira um novo sistema de armamento desde a fase de planeamento, explicou Galido, acrescentando que este sistema ainda não tinha sido orçamentado para 2025.

O lançador de mísseis terrestres de "capacidade média", desenvolvido pela empresa norte-americana Lockheed Martin para o exército dos Estados Unidos, tem um alcance de 480 quilómetros, embora esteja a ser desenvolvida uma versão de maior alcance.

Em junho, o ministro da Defesa da China, Dong Jun, afirmou que a instalação destes mísseis estava a "minar seriamente a segurança e a estabilidade regionais".

A China reiterou hoje a sua oposição ao projeto, afirmando que este vai alimentar uma "corrida ao armamento" na região.

A aquisição desta "arma estratégica ofensiva" é "um ato provocatório e perigoso que visa (...) criar tensões regionais e alimentar confrontos geopolíticos", afirmou Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa regular.

As relações entre Manila e Pequim tornaram-se tensas nos últimos meses, com um aumento dos confrontos sobre recifes no mar do Sul da China que são disputados pelos dois países.

As Filipinas são um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos no Sudeste Asiático. Washington e Manila estão ligados por um tratado de defesa mútua desde 1951.

Leia Também: China diz que Canal do Panamá "é criação panamiana" em resposta a Trump

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