"Temos evidências de que esta organização criminosa tem cinco alianças principais para fazer as suas exportações de cocaína para diferentes latitudes" explicou o general Jorge Luis Vargas numa conferência de imprensa na sede da polícia em Bogotá.
O grupo criminoso é aliado das máfias italiana e balcânica, bem como dos cartéis mexicanos.
No México, o 'Clã do Golfo' está vinculado aos cartéis de Sinaloa e à nova geração de cartéis de Jalisco.
Já na Europa, a organização negoceia "com as máfias da Calábria e da Sicília, como também com as redes de narcotráfico nos Balcãs, estas últimas responsáveis pelo fornecimento [de droga] nos países da Ásia e mais particularmente no Médio Oriente", indicou Jorge Luis Vargas.
O narcotraficante mais procurado pelas autoridades na Colômbia, Dairo Antonio Usuga, foi detido no noroeste do país, em 23 de outubro.
Dairo Antonio Usuga, 50 anos, também conhecido como 'Otoniel', foi capturado no município costeiro de Necocli, próximo do Panamá e tido um dos principais redutos do denominado 'Clã do Golfo'.
'Otoniel' é um dos líderes deste clã, considerado o mais poderoso no tráfico de droga na Colômbia e o maior exportador mundial de cocaína formado por ex-elementos de grupos paramilitares.
Segundo o grupo de reflexão independente Indepaz, o 'Clã do Golfo' está presente em cerca de 300 municípios da Colômbia.
'Otoniel' está atualmente preso em Bogotá, estando a aguardar a extradição para os Estados Unidos, onde é procurado desde 2009 pela justiça.
Esta é "uma das detenções mais importantes do combate ao narcotráfico", reiterou o general.
Jorge Luis Vargas queria que a extradição fosse feita "o mais rapidamente possível", mas é da responsabilidade da justiça e não da polícia, lembrou, sem adiantar mais pormenores.
De acordo com o general, "o 'Clã do Golfo', sob a tutela de 'Otoniel', traficava todos os meses cerca de 20 toneladas de cocaína, no valor de 100 milhões de pesos [cerca de 22 milhões euros]".
Desde 2015, cerca de 450 toneladas de cocaína foram apreendidas e 31 líderes do 'Clã do Golfo' foram capturados, dos quais 15 estão presos nos Estados Unidos e 16 aguardam a extradição, acrescentou Jorge Luis Vargas.
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