Esses atos, disse o presidente da Conferência Episcopal de França, Eric de Moulins-Beaufort, foram possíveis devido a um "contexto geral, modos de funcionamento, mentalidades e práticas dentro da Igreja".
"Esta responsabilidade implica um dever de justiça e de reparação", reconheceu durante a assembleia da Conferência Episcopal francesa, que decorre em Lourdes (sudoeste) e que dedica grande parte da sua agenda às agressões sexuais denunciadas recentemente por uma comissão independente.
O relatório dessa comissão concluiu que mais de 300 mil menores foram abusados e agredidos em instituições da Igreja Católica francesa durante 70 anos, entre 1950 e 2020, responsabilizando diretamente clérigos e religiosos por 216 mil vítimas.
O documento de 2.500 páginas identifica cerca de 3.000 abusadores - dois terços dos quais padres - que trabalharam na Igreja francesa durante aquele período.
O episcopado francês já tinha expressado "vergonha" e um pedido de "perdão" às vítimas dos crimes de pedofilia, logo após a divulgação do documento, no início de outubro.
O relatório surge depois do escândalo que envolveu o agora ex-padre Bernard Preynat, condenado, no ano passado, por abuso sexual a uma pena de prisão de cinco anos, por ter abusado de mais de 75 rapazes durante décadas.
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