A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas dedica hoje pelo segundo dia consecutivo a atenção aos reflexos na natureza, concentrando-se hoje no uso dos solos e florestas.
A coligação de ativistas COP26 Coalition promove o que chama Dia Global de Ação para a Justiça Climática, para o qual se esperam dezenas de milhares de pessoas só na cidade-anfitriã da cimeira, com estradas fechadas e a expectativa de uma possível ação de ativistas no aeroporto da cidade ou nas suas imediações.
Na manifestação de Glasgow estará a ativista sueca Greta Thunberg, promotora das greves climáticas estudantis, num protesto com eco em cidades por todo o mundo, incluindo Lisboa e Porto.
A proteção e recuperação das florestas e dos ecossistemas domina a sessão matinal promovida pela presidência da COP26, em que vão ser debatidos os esforços em curso para combater a desflorestação e a perda da capacidade de absorção de dióxido de carbono pelo coberto vegetal global.
Agricultores, governantes e outros decisores discutem à hora de almoço como "acelerar uma transição rural justa para uma agricultura sustentável".
Ainda dentro do Scottish Events Campus, a tarde dá espaço a governos, cientistas e povos indígenas para debater como aumentar a ambição climática e manter alcançável o objetivo de manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus acima da temperatura média da era pré-industrial.
No domingo, os trabalhos oficiais da cimeira estão interrompidos para um dia de descanso, mas à margem arranca a cimeira do clima alternativa, que pretende dar voz àqueles que não têm lugar à mesa das negociações.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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