"Estamos a trabalhar ativamente com o Governo etíope para a libertação imediata dos que ainda se encontram detidos", acrescentou Stéphane Dujarric.
O porta-voz da ONU disse que não foi dada nenhuma explicação oficial para a detenção dos trabalhadores.
Em Genebra, outro porta-voz da ONU, Rheal Le Blanc, disse ter sido apresentado um protesto pelo sucedido ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Etiópia.
Na semana passada, o governo do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, decretou o estado de emergência por seis meses face ao risco crescente dos rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) e do Exército de Libertação de Oromo (OLA) conquistarem a capital, Adis Abeba.
Grupos de defesa dos Direitos Humanos, designadamente a Amnistia Internacional, denunciaram as medidas de exceção previstas no estado de emergência e acusaram o Governo de Abiy Ahmed de multiplicar as detenções arbitrárias sob pretexto de pertença à etnia Tigray.
Milhares de pessoas foram detidas desde a semana passada.
O atual conflito na Etiópia tem o foco em Tigray, onde há um ano, em 04 de novembro de 2020, eclodiram as confrontações entre as forças governamentais e o TPLF.
O primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed Ali ordenou uma ofensiva contra a TPLF em retaliação a um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.
Após um ano de conflito, milhares de pessoas foram mortas, cerca de dois milhões estão deslocadas internamente em Tigray e pelo menos 75.000 etíopes fugiram para o vizinho Sudão, de acordo com números oficiais.
Além disso, quase sete milhões de pessoas enfrentam uma "crise de fome" no norte da Etiópia devido à guerra, de acordo com o Programa Alimentar Mundial.
No domingo passado, o Papa Francisco manifestou a sua preocupação com este conflito e apelou à "harmonia fraterna e ao caminho pacífico do diálogo" numa mensagem ao mundo após a oração do 'Angelus' dominical do Palácio Apostólico.
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