O aumento de casos na Europa começa a preocupar, cada vez mais, as autoridades sanitárias e não só. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já deu o alerta e revela que o principal problema são os 24% da população europeia que teima em não se vacinar, embora já tenha tido oportunidade de fazê-lo.
A OMS não teme, por isso, em referir-se a esta nova vaga de casos como a "pandemia dos não vacinados" e, em entrevista ao La Vanguardia, Hans Kluge revela que se a situação assim se mantiver, podemos vir a registar mais 500 mil mortes até fevereiro.
O responsável da OMS na Europa afirma que o aumento do número de casos está relacionado com duas questões. Primeiro, o facto de o "processo de vacinação ter estabilizado ao invés de continuar a crescer". Segundo, o relaxamento das medidas de segurança.
Em relação ao primeiro problema, Hans Kluge afirma que a questão não tem a ver com a falta de oferta de vacinas, mas sim com "o ceticismo" em relação às mesmas, prometendo criar um grupo de trabalho que vise acabar com as 'fake news' sobre a incolução.
O dirigente da OMS confessa-se, ainda, "muito preocupado" com a evolução da pandemia, e revela que "foi feita uma projeção e até 1 de fevereiro, mais meio milhão de pessoas podem morrer na Europa". Para que isso não aconteça, lembra que "é preciso: vacinação, máscaras e ventilação".
De acordo com Kluge, a região europeia volta a estar no epicentro da pandemia, uma vez que o número de infeções acumuladas "está a aproximar-se rapidamente dos 80 milhões", tendo na semana passada se verificado dois milhões de novos casos.
"Vamos lançar, ao nível europeu, uma campanha de comunicação com influenciadores, país por país, com três mensagens. Primeira: as vacinas salvam vidas. Segunda: por favor, usem máscara, principalmente em ambientes fechados, onde não for possível garantir o distanciamento social e não houver ventilação. A terceira mensagem é a ventilação, porque não se fala suficientemente disso", afirmou, referindo ainda que aguardam por um tratamento a ser aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos.
"Se houvesse um medicamento que reduzisse a mortalidade em 50%, seria um grande avanço", atirou.
Hans referiu-se ainda à vacinação obrigatória considerando que esta deve ser uma opção apenas "em último recurso, depois de ter tentado todo o resto".
Leia Também: AO MINUTO: Recordes pela Europa fora; Pfizer pede reforços da vacina