Jacob Chansley, autodenominado 'Xamã QAnon', movimento de teorias de conspiração, foi detido dias depois do ataque ao Capitólio e declarou-se culpado de invasão ilegal e conduta violenta em setembro, perante um tribunal federal em Washington.
A defesa de Jacob Chansley, que citou o seu "sincero remorso", os seus problemas psicológicos e lembrou os 317 dias já passados em detenção, apelou à "compaixão do tribunal" para decidir por uma pena "muito mais leve".
Armado com uma lança, em tronco nu, com pinturas na cara, um chapéu de pelo e chifres, o homem natural de Phoenix, no Estado do Arizona, participou na invasão do Capitólio juntamente com centenas de apoiantes de Donald Trump, que procuravam impedir a proclamação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden, nas eleições presidenciais norte-americanas.
A acusação aponta, de forma a salientar a gravidade do caso, que Jacob Chansley tinha "muito antes dos eventos de 06 de janeiro" incentivado nas redes sociais a "denunciar políticas, comunicação social e o sistema eleitoral corrupto".
No dia do ataque, o acusado "atiçou os outros manifestantes à sua volta, proferiu insanidades e ameaças e dirigiu palavras de ameaças ao atual vice-presidente Mike Pence.
Jacob Chansley "aceitou a responsabilidade pela sua conduta e concordou em cooperar com as autoridades", mas "esses atos perdem importância em comparação com a falta de respeito que o acusado demonstrou para com a lei e democracia" dos EUA, sustenta a acusação.
Um outro invasor do Capitólio, Scott Fairlamb, de Nova Jersey, foi condenado na quarta-feira a 41 meses de prisão, após se ter declarado culpado em agosto, pela sua participação no ataque e agressão a um polícia, sendo esta a sentença mais severa até agora entre as quase 660 pessoas indiciadas pelo sucedido.
No total, 658 pessoas foram acusadas, em diferentes graus, pela sua participação no ataque ao Capitólio que resultou em cinco mortos, entre polícias e manifestantes.
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