"O Departamento de Estado [dos EUA] encoraja os cidadãos norte-americanos a planearem a sua saída do Haiti agora, através de voos comerciais", diz a mensagem da Embaixada norte-americana na capital haitiana, Port-au-Prince, publicada durante a noite de quarta-feira, acrescentando que será "pouco provável" poder ajudar as pessoas se os voos comerciais fracassarem.
Por sua vez, a Embaixada do Canadá, através de um 'mail' na quarta-feira aos seus compatriotas, referiu que a "situação está a deteriorar-se e a mudar rapidamente".
"Se estiver no Haiti e a sua presença não é obrigatória, considere partir, se puder fazê-lo com segurança", lê-se no 'mail'.
Os gangues que controlam grande parte de Port-au-Prince bloquearam as estradas no sentido dos terminais de petróleo, interrompendo o abastecimento de combustível durante vários meses.
"A escassez generalizada de combustível pode limitar os serviços essenciais numa emergência, incluindo o acesso a bancos, transferências bancárias, atendimento médico de emergência, Internet e telecomunicações, bem como os transportes públicos e privados", adianta a Embaixada dos Estados Unidos.
As redes de telecomunicações e os órgãos de comunicação social já reduziram, de forma drástica, as suas atividades em todo o Haiti, por não conseguirem encontrar combustível para os geradores térmicos que abastecem as antenas com eletricidade.
Os bancos abrem agora apenas três dias por semana, causando filas intermináveis junto às agências.
A crise energética está a prejudicar também o funcionamento das poucas estruturas hospitalares em todo o país.
Há muito confinados aos bairros pobres da capital haitiana, os grupos armados têm, nos últimos meses, conquistado controlo e aumentado o número de se sequestros.
Um dos gangues mais poderosos do Haiti ameaçou matar o grupo de missionários e as suas famílias -- 16 norte-americanos e um canadiano -- sequestrados em 16 de outubro na zona leste de Port-au-Prince, porque ainda não havia recebido o resgate de 17 milhões de dólares (cerca de 15 milhões de euros).
O grupo armado que sequestrou, no Haiti, 17 membros de uma associação missionária norte-americana exigiu um resgate de um milhão de dólares (cerca de 900 mil euros) por pessoa, avançou uma autoridade do país.
Segundo a fonte, não é claro se o montante reclamado se estende a cada uma das cinco crianças incluídas no grupo de pessoas raptadas.
A mesma fonte, citada sob anonimato pela agência noticiosa AP, disse que alguém em representação do grupo armado "400 Mawozo" pediu o resgate no sábado, após o sequestro, numa chamada telefónica para o líder da associação missionária Christian Aid Ministries.
O grupo de sequestrados inclui 16 norte-americanos e um canadiano: os adultos têm entre 18 e 48 anos e as crianças entre 8 meses e 15 anos.
O rapto aconteceu quando todos regressavam de uma visita a um orfanato.
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