EUA pedem que compatriotas abandonem Haiti devido aos grupos armados

Os Estados Unidos da América (EUA) e o Canadá recomendaram hoje aos seus compatriotas residentes no Haiti a abandonarem o país caribenho, onde grupos armados estão a expandir o seu controlo, provocando uma grave crise de combustíveis.

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Lusa
11/11/2021 23:30 ‧ 11/11/2021 por Lusa

Mundo

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"O Departamento de Estado [dos EUA] encoraja os cidadãos norte-americanos a planearem a sua saída do Haiti agora, através de voos comerciais", diz a mensagem da Embaixada norte-americana na capital haitiana, Port-au-Prince, publicada durante a noite de quarta-feira, acrescentando que será "pouco provável" poder ajudar as pessoas se os voos comerciais fracassarem.

Por sua vez, a Embaixada do Canadá, através de um 'mail' na quarta-feira aos seus compatriotas, referiu que a "situação está a deteriorar-se e a mudar rapidamente".

"Se estiver no Haiti e a sua presença não é obrigatória, considere partir, se puder fazê-lo com segurança", lê-se no 'mail'.

Os gangues que controlam grande parte de Port-au-Prince bloquearam as estradas no sentido dos terminais de petróleo, interrompendo o abastecimento de combustível durante vários meses.

"A escassez generalizada de combustível pode limitar os serviços essenciais numa emergência, incluindo o acesso a bancos, transferências bancárias, atendimento médico de emergência, Internet e telecomunicações, bem como os transportes públicos e privados", adianta a Embaixada dos Estados Unidos.

As redes de telecomunicações e os órgãos de comunicação social já reduziram, de forma drástica, as suas atividades em todo o Haiti, por não conseguirem encontrar combustível para os geradores térmicos que abastecem as antenas com eletricidade.

Os bancos abrem agora apenas três dias por semana, causando filas intermináveis junto às agências.

A crise energética está a prejudicar também o funcionamento das poucas estruturas hospitalares em todo o país.

Há muito confinados aos bairros pobres da capital haitiana, os grupos armados têm, nos últimos meses, conquistado controlo e aumentado o número de se sequestros.

Um dos gangues mais poderosos do Haiti ameaçou matar o grupo de missionários e as suas famílias -- 16 norte-americanos e um canadiano -- sequestrados em 16 de outubro na zona leste de Port-au-Prince, porque ainda não havia recebido o resgate de 17 milhões de dólares (cerca de 15 milhões de euros).

O grupo armado que sequestrou, no Haiti, 17 membros de uma associação missionária norte-americana exigiu um resgate de um milhão de dólares (cerca de 900 mil euros) por pessoa, avançou uma autoridade do país.

Segundo a fonte, não é claro se o montante reclamado se estende a cada uma das cinco crianças incluídas no grupo de pessoas raptadas.

A mesma fonte, citada sob anonimato pela agência noticiosa AP, disse que alguém em representação do grupo armado "400 Mawozo" pediu o resgate no sábado, após o sequestro, numa chamada telefónica para o líder da associação missionária Christian Aid Ministries.

O grupo de sequestrados inclui 16 norte-americanos e um canadiano: os adultos têm entre 18 e 48 anos e as crianças entre 8 meses e 15 anos.

O rapto aconteceu quando todos regressavam de uma visita a um orfanato.

Leia Também: Irão. EUA coordenam-se com aliados sobre o futuro do pacto nuclear

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