As investigações iniciaram-se quando, numa conversa na rede social Telegram com mais de 40 mil ativistas, começaram a circular ameaças contra políticos, incluindo o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, além de médicos e virologistas.
O grupo em causa também publicou os números de telefone das assessorias de imprensa do Governo italiano.
O Ministério Público de Turim (norte) acusa-os de instigação à prática de crime e desobediência às leis com agravamento devido ao uso de meios informáticos.
Em setembro passado, os magistrados de Turim pediram ao Telegram, por meio de uma ordem de embargo, que encerrasse o 'chat' onde foram publicadas as ameaças e que se intitulava "Chega de Ditadura".
A rede social reuniu dezenas de milhares de assinantes, "provando ser o ponto de conexão com todos os principais espaços de protesto na internet em que se registou persistente incitação ao ódio e a prática de crimes graves", explicaram os investigadores.
Muitas das pessoas investigadas já eram conhecidas da polícia devido às posições extremistas, bem como por crimes anteriores como resistência diante de funcionário público, furto, roubo, extorsão e drogas, mas também há pessoas sem antecedentes, de acordo com os meios de comunicação locais.
No conteúdo do 'chat' havia referências explícitas a "enforcamentos", "tiroteios", bem como alusões diretas a "novas marchas sobre Roma" e ao terrorismo ou à promoção de bloqueios de rodovias e ferrovias.
Até agora, foram feitas operações em 16 cidades, incluindo Ancona, Brescia, Cremona, Imperia, Milão, Pesaro Urbino, Pescara, Palermo, Pordenone, Roma, Salerno, Siena, Treviso, Trieste, Turim, Varese, onde residem as 17 pessoas mais ativas no 'chat'.
Os antivacinas e os opositores da obrigatoriedade do certificado sanitário continuam os protestos em toda a Itália e alguns deles culminaram em confrontos graves com a polícia, como o que aconteceu há um mês em Roma.
Nessa altura os manifestantes, incluindo membros de grupos neofascistas, invadiram a sede do sindicato CGIL e tentaram chegar à presidência do Governo, cuja segurança foi reforçada nos últimos dias, bem como o nível de proteção do primeiro-ministro Mário Draghi.
A covid-19 provocou pelo menos 5.094.101 mortes em todo o mundo, entre 252.864.960 infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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