"Todas as novas provocações ou ações agressivas por parte da Rússia são muito preocupantes. Nós apelamos à Rússia para que seja 'transparente' sobre as atividades militares", disse Stoltenberg durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que decorreu em Bruxelas, no quartel-general da NATO.
Do mesmo modo, a Alemanha pediu hoje à Rússia para "mostrar moderação" após ter sido registada a mobilização de tropas na fronteira ucraniana, movimentações que Berlim encara com "inquietação".
"Vemos estas atividades militares da Rússia com inquietação", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, em declarações à imprensa em Berlim.
"Devemos impedir uma escalada militar", acrescentou o porta-voz que pediu à Rússia para "voltar à mesa das negociações".
Os Estados Unidos, a União Europeia e a França já tinham demonstrado "inquietação" nos últimos dias sobre o destacamento de tropas russas junto à fronteira ucraniana.
A situação na região agravou-se depois da anexação russa da península ucraniana da Crimeia em 2014. Desde então, um conflito no leste da Ucrânia entre Kiev e forças separatistas pró-russas foi desencadeado.
"O que estamos a ver atualmente ao longo da fronteira não é um reforço puramente da força militar, porque a Rússia já trouxe uma 'armada militar' para as nossas fronteiras na primavera e nunca a retirou desde essa altura", afirmou na capital belga, por sua vez, Dmytro Kuleba.
"O que estamos a ver agora é a deterioração da situação em que a Rússia tenta demonstrar que pode ativar rapidamente tropas e material e, para os dirigentes russos, todas as opções, incluindo opções militares, estão sobre a mesa", acrescentou o chefe da diplomacia da Ucrânia.
A Aliança Atlântica "vigia de perto" a situação, sublinhou ainda Stoltenberg, reiterando que os aliados consideram "ilegal" a anexação da Crimeia.
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