A farmacêutica Pfizer anunciou, esta terça-feira, um acordo mundial com uma organização afiliada das Nações Unidas, 'Medicines Patent Pool', que permite que outras empresas farmacêuticas possam produzir o seu medicamento antiviral experimental contra a covid-19, ainda que este ainda não tenha sido aprovado pela agente regulador dos Estados Unidos.
Com isto, a Pfizer permite que fabricantes de medicamentos genéricos produzam e distribuam a medicação em 95 países, abrangendo mais de metade da população mundial - cerca de 53%.
O acordo divulgado indica ainda que a farmacêutica não vai receber royalties (taxas) das vendas do medicamento nos países pobres enquanto a covid-19 se mantiver um problema de saúde pública.
Segundo o porta-voz da Unitaid, Hervé Verhoosen, o acordo inclui todos os países de rendimentos médios-baixos e médios-altos da África Subsaariana, bem como países de rendimentos médios-altos que alcançaram esse estatuto nos últimos cinco anos.
De fora ficaram alguns países como a Argentina, China, Malásia e Tailândia. O Brasil, por exemplo, pode ter acesso a uma licença para produzir o 'paxlovid' para exportação, não poderá produzi-lo para distribuir no próprio país.
Ainda assim, as autoridades de saúde consideram que o facto de o acordo ter sido alcançado mesmo antes de o medicamento estar autorizado será uma ajuda para alcançar o fim da pandemia mais rapidamente.
O comprimido experimental da Pfizer contra o novo coronavírus reduz em quase 90% o risco de hospitalização e de morte em pessoas de alto risco infetadas com o SARS-CoV-2, segundo os resultados preliminares de um estudo feito pela própria farmacêutica norte-americana.
O fármaco (Paxlovid), desenvolvido para impedir que o vírus se propague, está a ser testado pela Pfizer. De acordo com a farmacêutica, não foi relatada nenhuma morte entre os 775 voluntários.
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