"Podemos estabelecer o seguinte balanço: 49 guardas mortos, quatro civis [mortos]. Felizmente, encontrámos 46 guardas", disse o porta-voz do executivo burquinabé, Ousseni Tamboura, no final do conselho de ministros.
Um balanço anterior, divulgado na passada segunda-feira, dava conta de que 28 elementos das forças de segurança e quatro civis tinham sido mortos.
O número de mortos hoje avançado pode ainda aumentar. O destacamento da guarda em Inata, uma cidade da região do Sahel próxima da fronteira com o Mali, integra cerca de 150 homens, de acordo com fontes locais.
O destacamento foi atacado no domingo por "um grande número de indivíduos armados", que se deslocaram "em várias 'pick-ups' e motos", segundo uma fonte de segurança que descreveu "longas trocas de fogo" entre os atacantes e os paramilitares.
Este foi um dos ataques mais mortíferos contra as forças de defesa e segurança burquinabés desde que o Burkina Faso começou a ser palco de ações 'jihadistas', há cerca de seis anos.
Tamboura anunciou ainda que o comandante das forças armadas no setor norte do país foi removido do posto após o ataque.
O Burkina Faso tem enfrentado ataques 'jihadistas' regulares e mortíferos desde 2015, particularmente nas regiões norte e leste do país, na chamada zona das "três fronteiras", com o Mali e o Níger, outros dois países igualmente afetados por operações frequentes de jihadistas armados.
A violência, por vezes misturada com confrontos intercomunitários, matou até agora cerca de 2.000 pessoas e obrigou 1,4 milhões a fugir das suas casas.
Na terça-feira, várias centenas de pessoas participaram em manifestações em várias cidades do Burkina Faso para exigir a demissão do executivo devido à "incapacidade de impedir os ataques terroristas".
O ataque em Inata levou o governo burquinabé a declarar um luto nacional no país, entre a passada terça-feira e esta quinta-feira.
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