Citada pela agência noticiosa espanhola EFE, fonte do movimento independentista sarauí, que pediu anonimato, negou também informações veiculadas pela imprensa que dão conta da morte de um "alto comandante militar" da Frente Polisário.
A fonte referiu que 11 civis morreram no ataque mais mortífero, que aconteceu segunda-feira na região de Mijek, leste do Saara Ocidental, controlado pelo grupo independentista. A fonte não adiantou o local do segundo ataque.
Os supostos atentados são semelhantes ao ataque que matou há uma semana três civis argelinos que dirigiam um comboio de três camiões ao longo da rota pelo deserto que liga a fronteira argelina à capital da Mauritânia, Nouakchott.
O governo argelino, que rompeu relações diplomáticas com Rabat em agosto, denunciou o atentado à ONU, que está já a ser investigado pela Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO).
A situação é de grande tensão na área, uma vez que, há um ano, as tropas marroquinas entraram na zona desmilitarizada de Guerguerat, posto fronteiriço que separa a Mauritânia dos territórios ocupados por Marrocos em 1975, para acabar com uma manifestação de civis sarauís que protestavam contra o uso comercial da rota entre Rabat e Nouakchott.
No dia seguinte, a Frente Polisário considerou que a "ação de guerra marroquina" representou uma violação do acordo de cessar-fogo assinado sob os auspícios da ONU em 1991 e lançou operações militares contra o muro erguido por Marrocos no Saara Ocidental.
A Polisário também insiste que a única solução para o conflito é realizar um referendo de autodeterminação acordado entre as duas partes há 30 anos e admite que o acordo então assinado deve ser atualizado.
Marrocos, por seu lado, recusa-se a falar da possibilidade da independência do Saara Ocidental e garante que só está disposto a negociar uma "autonomia ampla" desde que seja reconhecida a soberania marroquina sobre o território.
A questão do estatuto do Saara Ocidental, considerado como um "território não autónomo" pela ONU na ausência de uma resolução definitiva, opõe desde 1975 Marrocos aos independentistas sarauís naquela antiga colónia espanhola em África.
As negociações realizadas pela ONU envolvem Marrocos e a Polisário, mas também a Argélia e a Mauritânia enquanto observadores, mas estão suspensas desde 2019.
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