O adolescente Mohamed Harum, de 16 anos, "sofreu ferimentos graves" depois de ser atingido por "munição real na cabeça e na perna" em 17 de novembro, o dia mais sangrento desde o golpe de Estado militar, no qual morreram 16 pessoas, segundo o sindicato que contabiliza as mortes e feridos em protestos no país africano desde a queda do ditador Omar al-Bashir, em abril de 2019.
Com este número, o balanço de mortos sobe para 40, incluindo quatro menores, desde o dia do golpe militar, segundo o Comité, número que está longe do fornecido pela polícia sudanesa até agora, que registou apenas algumas mortes.
A polícia sudanesa justificou, num comunicado, o uso da violência durante os protestos da última quarta-feira, mas referiu que não utilizou munição real.
Organizações de oposição sudanesa convocaram para domingo mais um protesto nas ruas do país.
Após a dura repressão às manifestações, atores internacionais como a União Europeia (UE) e os Estados Unidos criticaram o uso da força por parte das autoridades militares sudanesas e as instaram a respeitar o direito à manifestação pacífica.
Em 25 de outubro, o líder militar, Abdelfatah al-Burhan, declarou estado de emergência e dissolveu os órgãos criados para a transição democrática no país africano, além de deter o primeiro-ministro, Abdullah Hamdok, que está agora em prisão domiciliária.
Leia Também: Governo militar do Sudão restabeleceu hoje a ligação à Internet