"Temos de nos preparar para a possibilidade deste problema durar meses", adiantou Mariusz Blaszczak à rádio RMF FM.
Segundo o ministro da Polónia, país vizinho da Bielorrússia, está agora em curso um "método ligeiramente diferente" adotado pelas autoridades bielorrussas, que passa por fazer grupos menores de pessoas cruzar a fronteiras em vários lugares.
A Polónia, apoiada pela União Europeia, acusa o regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, pela situação que se está a viver na fronteira, afirmando que a Bielorrússia atraiu migrantes com vistos e promessas de facilitar a passagem da fronteira para a Polónia, e consequentemente, para a UE, como forma de retaliação pelas sanções impostas após a violenta repressão da oposição, em 2020.
Minsk, por seu lado, acusa Varsóvia de violações dos direitos humanos, ao recusar a entrada dos migrantes no seu território, e diz que vai responder a novas sanções, tendo ameaçado suspender o funcionamento do gasoduto Yamal-Europa, que atravessa a Bielorrússia para fornecer gás russo a vários países europeus, em particular à Alemanha e à Polónia.
Na sexta-feira, Alexander Lukashenko disse à BBC ser "absolutamente possível" que as suas forças tenham ajudado pessoas a entrar na UE, mas negou ter orquestrado uma operação com este objetivo.
Segundo informou hoje a guarda da fronteira polaca, cerca de 200 pessoas tentaram cruzar a fronteira entre os dois países e arremessaram pedras e objetos contra a polícia.
De acordo com as autoridades da Polónia, registaram-se já um total de 195 tentativas de cruzar a fronteira ilegalmente, na maioria de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão, e foram detidos nove suspeitos de organizarem tráfico de pessoas.
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