Líder da oposição bielorrussa lamenta conversas Merkel-Lukashenko

A líder da oposição bielorrussa instou hoje os dirigentes da União Europeia a evitarem contactos com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, considerando "estranho" que a chanceler alemã, Angela Merkel, tenha recentemente mantido com ele conversas telefónicas.

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Lusa
22/11/2021 16:33 ‧ 22/11/2021 por Lusa

Mundo

Migrações

"Que diálogo pode haver quando todos os dias há pessoas a serem detidas e torturadas? O verdadeiro diálogo só pode começar a partir do momento em que todos os presos políticos sejam libertados e em que a violência cesse", defendeu Svetlana Tikhanovskaïa, numa conferência internacional em Viena sobre o futuro do seu país.

Isolado diplomaticamente desde a repressão de um movimento de contestação após a sua reeleição em agosto de 2020, considerada fraudulenta por grande parte da comunidade internacional, o Presidente bielorrusso teve duas reuniões por telefone, na semana passada, com Angela Merkel, sobre a resolução de uma crise migratória que Minsk é acusada de ter orquestrado na sua fronteira com a Polónia, ou seja, numa das fronteiras externas da União Europeia (UE).

"Entendo porque é que isso (as reuniões de Merkel com Lukashenko) aconteceu, foi por razões humanitárias (...), mas enquanto bielorrussa, do ponto de vista dos bielorrussos, pareceu muito estranho", observou Tikhanovskaïa.

Contudo, prosseguiu, "foi-nos assegurado que não se tratou de um sinal de legitimação do regime, mas apenas de ajudar as pessoas retidas" junto à fronteira oriental da UE.

Além do chanceler austríaco, Alexander Schallenberg, que se encontrava ao seu lado, também participarão nesta conferência, que decorre 'online' por causa da pandemia de Covid-19, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, da Polónia, da Estónia, da Eslováquia e da Eslovénia, que assegura a presidência semestral da UE.

"Hoje, pedi aos ministros para se absterem de qualquer contacto com o regime até que estejam reunidas as condições", indicou ainda a líder da oposição bielorrussa, por temer que tal diálogo "reforce o sentimento de impunidade".

Lukashenko acusou hoje as autoridades da UE de recusarem qualquer discussão sobre o destino a dar a 2.000 migrantes acampados junto à fronteira com a Polónia, exigindo que a Alemanha os acolha.

"[Angela] Merkel prometeu-me que eles (os responsáveis europeus) iam analisar o problema ao nível da UE", disse o Presidente bielorrusso.

"Mas não estão a fazê-lo", acrescentou.

Leia Também: Alemanha rejeita apelo da Bielorrússia para acolher dois mil migrantes

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