Remodelação no governo interino do Afeganistão exclui mulheres

Os talibãs anunciaram hoje a nomeação de 27 novos membros do Governo interino, que inclui uma remodelação nos cargos mais elevados, mantendo a exclusão das mulheres, apesar das críticas internacionais.

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Lusa
23/11/2021 15:04 ‧ 23/11/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

Entre as novas nomeações, divulgadas através da rede social Twitter pelo principal porta-voz dos talibãs, Zabiullah Mujadi, destacam-se as do ministro das Minas e do Petróleo, Shahabudding Delavar, antigo elemento da equipa que negociou em Doha a retirada dos Estados Unidos do país.

Fateh Ullah Mansur, filho do "segundo líder supremo" dos talibãs, Aktar Muhammad Mansur, que morreu em 2016 durante um ataque de aparelhos voadores não tripulados ('drones') dos Estados Unidos, vai ser o novo responsável pelo aeroporto da cidade de Kandahar, no sul do Afeganistão.

Os fundamentalistas religiosos formaram um Executivo ocupado, em grande parte, por religiosos e membros da organização talibã de etnia pasthun e sem praticamente qualquer representação de outras comunidades ou setores da sociedade locais. 

A ausência de mulheres no Governo continua a verificar-se, apesar das promessas dos talibãs.

"Contra todas as promessas à 'comunidade internacional' sobre a entrada das mulheres no Governo, não incluíram nenhuma mulher", criticou a ex-parlamentar e ativista afegã Fawzia Koofi em declarações à agência Efe. 

A líder do Movimento para a Mudança denunciou que os "fundamentalistas proíbem a toda uma geração com estudos e qualificada" de mulheres, a participação no Governo e na vida política. 

"No resto do mundo não vemos que as mulheres estejam proibidas de trabalhar e de participar na política, como estão a fazer os talibãs", lamentou.

Um dos últimos apelos no sentido da inclusão das mulheres ocorreu no passado dia 10 de novembro em Nova Deli durante uma reunião sobre o Afeganistão em que participaram representantes da Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão.

Leia Também: Afeganistão. Apelo para ajuda urgente foi "financiado a 100%", diz ONU

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