Esta quinta-feira, Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, as mulheres turcas que marchavam em Istambul foram atingidas por gás lacrimogéneo, quando reivindicavam o regresso do tratado internacional para a proteção das mulheres em cenários de violência.
Armadas com cartazes coloridos e cânticos em que prometiam não desistir dos pressupostos da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica, que teve lugar em Istambul, em 2011, as mulheres foram surpreendidas com gás lacrimogéneo e barreiras no final da rua pedonal, ali colocadas pela polícia de choque.
Pelo menos uma pessoa ficou ferida quando o grupo tentou passar as barreiras, segundo o jornal local Cumhuriyet.
Outros protestos também decorreram noutras cidades, como é o caso de Ankara.
Recorde-se que, em março, o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan decidiu abandonar a convenção com um decreto surpresa, formalizado em julho, sendo alvo de críticas por parte de grupos defensores dos direitos das mulheres e pelos países ocidentais.
O executivo anunciou o seu próprio plano de combate à violência contra as mulheres, incluindo medidas como a revisão de processos judiciais, a melhoria dos serviços de proteção e a recolha de dados sobre a violência.
Ainda assim, grupos defensores dos direitos humanos dizem que a violência contra as mulheres está a aumentar no país. Segundo o grupo We Will Stop Femicide, 353 mulheres foram mortas em 2021, e outras 409 no ano passado. Além disso, em outubro, 18 mulheres foram assassinadas por homens, e 19 foram encontradas sem vida em circunstâncias suspeitas.
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