Presidente francês diz que métodos de PM britânico "não são sérios"
O Presidente francês criticou hoje o primeiro-ministro britânico, dizendo que os seus métodos "não são sérios", referindo-se à publicação de uma carta na qual Boris Johnson propõe o retorno a França dos migrantes que atravessam o Canal da Mancha.
© Lusa
Mundo Migrações
"Fico surpreendido com métodos quando não são sérios. Não se comunica entre líderes sobre estes temas através de mensagens públicas e do Twitter", disse Emmanuel Macron em Roma, durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, após a assinatura de um acordo bilateral.
Macron garantiu que o que se passa no Canal da Mancha "é muito sério", que a França "assumiu a sua responsabilidade em matéria de migração" e que "a verdadeira resposta é uma colaboração séria" para lutar contra as redes de traficantes de seres humanos.
O Presidente francês reiterou que na reunião europeia sobre migração agendada para domingo em Calais, para a qual o convite ao Reino Unido foi retirado, "os ministros de França e da Europa trabalharão seriamente num assunto sério e então veremos o que deve ser feito com o Reino Unido se eles decidirem ser sérios"
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, retirou o convite à sua homóloga britânica, Priti Patel, após a publicação de uma carta, que descreveu como uma "decepção", "ainda pior" por ter sido publicada.
Na carta, que o líder conservador divulgou na sua conta da rede social Twitter, Johnson detalha cinco medidas que gostaria de ver tomadas para "avançar mais e mais rápido" nesta crise e evitar a repetição de uma tragédia como a que aconteceu na quarta-feira, quando 27 migrantes morreram afogados ao tentar chegar a Inglaterra num barco insuflável.
Os ministros responsáveis pela imigração da Bélgica, Holanda, Alemanha e a Comissão Europeia estão convidados para o encontro, alguns dias depois de uma tragédia que mais uma vez colocou Calais e arredores no centro das tensões migratórias na Europa.
Paralelamente à crise migratória, França e Reino Unido têm outras negociações abertas sobre a limitação de licenças de pesca aos pescadores franceses por parte de Londres.
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