Em Madrid, Espanha, uma multidão de pessoas, na sua maioria mulheres, saíram à rua para pôr um ponto final na violência patriarcal e assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Outras cidades espanholas, como Barcelona e Valência, também foram inundadas por cartazes roxos e cânticos pela igualdade entre géneros, que seguiam ao ritmo de tambores.
Segundo o governo regional, cerca de 1.200 pessoas marcharam em Madrid, com slogans como #HARTAS (fartas, em português) e FÚRIA FEMINISTA, enquanto outras relembraram as mulheres que perderam a vida por causa da violência machista e racista.
“Estou cansada da disparidade salarial, da violência contra as mulheres, de tudo, da diferença entre homens e mulheres, de todos os problemas que existem hoje em dia podem ser sentidos nesta sociedade onde não temos os mesmos direitos”, disse Carolina Sanchez, jovem de 21 anos e estudante de matemática, citada pela Reuters.
Na quinta-feira, todos os representantes políticos dos partidos com mais expressão no país renovaram um acordo no qual garantem o financiamento de programas de combate à violência contra as mulheres – todos, menos o partido de extrema-direta Vox.
“A violência contra as mulheres é um assunto do Estado, e a luta pela liberdade de todas as mulheres é um assunto do Estado”, sublinhou Irene Moreno, ministra para a Igualdade, depois da cerimónia.
Na semana passada, o governo alargou a sua definição de crimes de violência de género, incluindo, agora, os homicídios de mulheres cometidos por homens, independentemente da relação do assassino com a vítima – antes, os crimes só eram considerados como violência de género quando os intervenientes estavam numa relação.
O primeiro-ministro Pedro Sanchez elogiou a nova legislação, mas realçou que ainda há muito por fazer, já que “as mulheres sofrem todos os dias”.
Desde 2003 que o número de mulheres assassinadas em Espanha aumentou para 1.118. Em 2021, já foram assassinadas 37 mulheres, comparando com as 46 do ano passado.
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