O ministro da Saúde, Sajid Javid, defendeu que estas medidas "vão proteger mais pessoas mais rapidamente", mesmo reconhecendo que a decisão representa um desafio logístico porque vai aumentar para quase o dobro o número de pessoas elegíveis para a dose de reforço.
"As nossas vacinas continuam a ser a nossa melhor linha de defesa contra este vírus (...). Embora seja possível que sejam menos eficazes [contra a nova variante], é muito improvável que não tenham qualquer efeito contra sintomas graves", sublinhou, numa intervenção no Parlamento.
O Reino Unido já identificou 11 casos de infeção com a variante Ómicron, seis dos quais na Escócia, e Javid disse prever que o número continue a aumentar nos próximos dias.
A decisão segue as orientações do órgão independente que aconselha o Governo britânico sobre a administração de vacinas, o Comité Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI), que sugere o uso de vacinas Pfizer e Moderna.
"A vacinação de reforço agora deve ser oferecida a faixas etárias por ordem decrescente, com prioridade para a vacinação de adultos mais velhos e aqueles num grupo de risco", vinca, embora reduzindo o intervalo mínimo para três meses depois da segunda dose.
Os menores de 18 anos também poderão receber uma segunda dose mais cedo, mas o JCVI continua sem recomendar a vacinação de menores de 12 anos.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, revelou hoje que nem todos os casos identificados com a variante Ómicron estão relacionados com viagens para países do sul da África, onde a nova variante foi identificada pela primeira vez.
"Isso sugere que já pode haver alguma transmissão comunitária dessa variante na Escócia", afirmou, numa conferência de imprensa.
Em Essex, no sul de Inglaterra, o diretor de saúde local, Mike Gogarty, disse à BBC que um dos casos atuais só foi identificado como Ómicron duas semanas depois de ter regressado da África do Sul e que pelo menos duas pessoas foram infetadas localmente.
Após a confirmação da presença da variante em Inglaterra, no sábado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, resolveu apertar as regras sobre o uso de máscaras e os testes à chegada a Inglaterra, alinhando-se com outras nações do Reino Unido que mantiveram algumas restrições após o confinamento.
A partir de terça-feira, passa a ser obrigatório o uso de máscaras em lojas e transportes públicos, mas não em bares e restaurantes.
Alunos do ensino secundário são aconselhados a usar máscaras nas áreas comuns, como corredores, mas não nas salas de aula.
Sturgeon e o homólogo do País de Gales, Mark Drakeford, escreveram a Johnson propondo que todas as pessoas que cheguem ao Reino Unido tenham de se isolar durante pelo menos oito dias.
O Governo britânico, responsável pelas regras em Inglaterra, resistiu e determinou que os recém-chegados do estrangeiro façam um teste PCR nas primeiras 48 horas, ficando em isolamento até obter um resultado negativo.
Colocou também 10 países (África do Sul, Botsuana, Lesoto, Essuatíni, Zimbábue, Namíbia, Malaui, Moçambique, Zâmbia e Angola) na lista vermelha de viagens, autorizando apenas a entrada de britânicos ou estrangeiros residentes, os quais terão de cumprir quarentena de 10 dias num hotel designado às suas custas.
O Reino Unido é o país com maior número de mortes de covid-19 na Europa, 144.775 desde o início da pandemia, contando com 80,5% da população vacinada com duas doses da vacina e 30,6% com uma terceira dose.
A covid-19 provocou pelo menos 5.197.718 mortos mortes em todo o mundo, entre mais de 260,81 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o "elevado número de mutações" pode implicar uma maior infecciosidade.