Guiné-Bissau: 18 comunidades declaram fim da Mutilação Genital Feminina

Dezoito comunidades da região de Cacheu, norte da Guiné-Bissau, declararam o fim da prática de Mutilação Genital Feminina (MGF) e assumiram o compromisso de combater outros fenómenos degradantes à saúde das meninas, disse hoje à Lusa, fonte oficial.

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Lusa
30/11/2021 17:03 ‧ 30/11/2021 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

 

Aissatu Cali Baldé, responsável de comunicação do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Tradicionais Nefastas (CNAPN) à saúde da mulher e criança precisou que a organização deu início, na segunda-feira, a uma nova campanha em que várias comunidades guineenses, sobretudo as do interior da Guiné-Bissau, vão declarar publicamente o seu compromisso de abandonar as práticas como MGF, casamento forçado, casamento precoce ou o impedimento de escolarização de raparigas.

A campanha iniciada na região de Cacheu, concretamente na aldeia de Samodji, no setor de Bigene, juntou 10 comunidades para anunciarem publicamente que vão abandonar a MGF, não vão permitir o casamento precoce, forçado, infantil ou combinado e ainda não permitir a escolarização das suas raparigas.

No mesmo dia, oito comunidades do setor de Ingoré, juntaram-se na aldeia de Sidif Balanta para o mesmo compromisso público perante a presidente do CNAPN, Martliatu Djaló Candé, que prometeu o empenho da instituição para que "nenhuma menina seja mutilada sexualmente ou impedida de ir à escola".

De acordo com a responsável de comunicação do CNAPN, nos próximos tempos, até fevereiro de 2022, estão previstas que várias comunidades do interior da Guiné-Bissau, no sul, leste e centro da Guiné-Bissau, façam a declaração pública do abandono da MGF e de outras práticas nocivas à saúde das meninas.

A declaração pública é um compromisso que mulheres líderes das comunidades assumem perante organizações não-governamentais (ONG) que trabalham na temática.

Dados da UNICEF apontam que em 2017 mais de 200 comunidades guineenses fizeram a sua declaração pública.

A MGF é considerada crime na Guiné-Bissau desde 2011, mas relatos do CNAPN indicam que a prática ainda é feita em várias comunidades do país, embora às escondidas.

 

 

 

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