Em comunicado, a Casa Branca revelou que Biden informou os líderes da França, Alemanha, Itália e Reino Unido sobre a cimeira virtual com Putin, na qual alertou Moscovo para "as graves consequências de uma intervenção militar russa na Ucrânia".
Nos contactos, os líderes ocidentais sublinharam "o seu compromisso e apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia", pode ler-se na nota.
E estabeleceram que as suas equipas irão permanecer em contacto próximo, inclusive em consulta com os aliados da NATO e parceiros da União Europeia, numa abordagem "coordenada e abrangente".
Joe Biden informou ainda estes aliados da NATO que, na conversa como o homólogo russo, salientou a "necessidade de uma diminuição do conflito e regresso à diplomacia", segundo a mesma fonte.
A Casa Branca já tinha divulgado que na cimeira virtual Biden disse a Putin que a Rússia arrisca "fortes sanções, incluindo económicas" em caso de escalada militar na Ucrânia.
Biden exprimiu "a profunda preocupação" dos Estados Unidos e dos seus aliados face ao aumento de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, prosseguiu a Casa Branca, antes de precisar que os dois chefes de Estado também abordaram a cibersegurança e o seu "trabalho comum sobre assuntos regionais como o Irão".
O Presidente dos Estados Unidos recusou fazer "promessas ou concessões" ao chefe de Estado russo Vladimir Putin, que pretende sobretudo que a NATO feche as portas à entrada da Ucrânia.
Os norte-americanos referiram também que o futuro do gasoduto russo Nord Stream 2, que transportará gás russo diretamente para a Europa Ocidental através da Alemanha, estará em jogo caso a Rússia invada a Ucrânia, revelando negociações com o Governo alemão sobre este assunto.
Biden também vincou perante Putin que Washington terá uma posição mais dura do que em 2014, quando Moscovo anexou a Crimeia.
Após a conversa de Biden com os aliados europeus, o Presidente francês, Emmanuel Macron, revelou que vai assumir a mediação com os seus homólogos da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, e da Rússia, Vladimir Putin, na tentativa de evitar um conflito.
Macron salientou que mantém a intenção de "continuar a explorar todas as formas e meios para garantir uma redução das tensões entre os dois países", destacou Paris em comunicado, revelando a realização de reuniões com Zelensky e Putin.
Após a conversa com Biden, Vladimir Putin fez saber que denunciou hoje perante o seu homólogo norte-americano o crescente potencial militar da NATO juntos às fronteiras da Rússia e pediu "garantias" sobre o não alargamento da Aliança para leste.
O Kremlin tem desmentido qualquer projeto de invasão e tem acusado Washington de negligenciar as suas preocupações: crescente atividade de países da NATO no mar Negro, intenção ucraniana em aderir à Aliança Atlântica e ambição de Kiev de continuar a receber armamento do ocidente.
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