A concentração, convocada pelo partido de ultra direita FPÖ, reuniu, entre outros, negacionistas, fundamentalistas cristãos e simpatizantes da extrema direita, que coincidiram em qualificar de "ditadura" a vacinação obrigatória.
Esta ideia é também defendida pelo líder do FPÖ, Herbert Kickl, que nos últimos dias assegurou nas redes sociais não ser o seu partido contrário à vacinação contra a covid-19, mas sim contra a sua obrigatoriedade.
Ainda assim, Kickl instou a que a mobilização agendada para hoje decorresse de forma pacífica "pela liberdade e contra o caos e a coerção".
A manifestação começou cerca do meio-dia, com um ar festivo, apesar da temperatura rondar os zero graus, o que não impediu os manifestantes de mostrar o seu repúdio às restrições, incluindo o confinamento geral que termina esta meia-noite.
O confinamento manter-se-á para os não vacinados, apenas autorizados a sair de casa para ir trabalhar, à escola ou para satisfazer necessidades básicas, como comprar alimentos e medicamentos, assim como passear e fazer exercício ao ar livre.
"Ditadura" e "Vacinação obrigatória = fascismo" ou "voltaram os nazis", assim como pedidos de demissão do Governo austríaco liam-se em alguns dos cartazes exibidos durante a marcha.
Uma versão do lema da campanha de Donald Trump "Make America Great Again" (Façamos a América grande outra vez) foi replicada pelos participantes adaptada à Áustria: "Make Austria free again" ("Façamos da Áustria livre outra vez).
O 'slogan' feminista "Meu corpo, minha escolha", utilizado em protestos por todo o mundo em defesa do direito à reprodução, teve também o seu protagonismo na manifestação para expressar oposição à vacina.
Apesar do caráter pacífico da concentração, a polícia fez varias detenções e controlos para garantir a segurança, recordando o uso das máscaras e o distanciamento social.
A fim de evitar incidentes e garantir a segurança estiveram no terreno a acompanhar o protesto em Viena 1.400 polícias.
O governo conservador e ecologista austríaco foi o primeiro na União Europeia a impor a vacinação obrigatória à população, anunciando multas de 3.600 euros para quem, a partir de fevereiro, não se imunizar contra o coronavírus.
Os maiores de 14 anos residentes na Áustria -- com exceção de grávidas ou pessoas com problemas de saúde -- estão obrigados a vacinar-se.
Na Áustria, 68% da população tem a vacinação completa, estimando-se que 1,4 milhões de pessoas com mais de 14 anos ainda não se vacinou.
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