Baptista decidiu interromper o julgamento, a requerimento da magistrada do Ministério Público, Sheila Marrengula, que pediu que fosse permitido o cumprimento de 14 dias de quarentena para todos os contactos dos advogados infetados pelo coronavírus.
O tribunal tomou conhecimento da existência de um caso positivo na equipa de advogados de defesa na quinta-feira, mas manteve o julgamento na sexta-feira, medida contestada pelos causídicos, tendo vários faltado à sessão desse dia.
As audiências são suspensas quando o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, que julga o caso, interrogava declarantes, após ter esgotado o interrogatório dos 19 réus.
Na barra do tribunal estão sentados os 19 suspeitos acusados pela justiça moçambicana de se terem associado em "quadrilha" e delapidado o Estado moçambicano em 2,7 mil milhões de dólares (2,28 mil milhões de euros) - valor apontado pela procuradoria e superior aos 2,2 mil milhões de dólares até agora conhecidos no caso - angariados junto de bancos internacionais através de garantias prestadas pelo Governo.
As dívidas ocultas foram contraídas entre 2013 e 2014 pelas empresas estatais moçambicanas Proindicus, Ematum e MAM para projetos de pesca de atum e proteção marítima.
Os empréstimos foram secretamente avalizados pelo Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), liderado pelo Presidente da República à época, Armando Guebuza, sem o conhecimento do parlamento e do Tribunal Administrativo.
Leia Também: Cabo Delgado e julgamento de 'dívidas ocultas' marcam ano em Moçambique