Arménia nomeia emissário para a normalização das relações com a Turquia

A Arménia declarou hoje que vai nomear um emissário para a normalização das relações com a Turquia, país com que mantém rivalidades históricas, na sequência de um anúncio semelhante feito por Ancara na segunda-feira.

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Lusa
14/12/2021 11:27 ‧ 14/12/2021 por Lusa

Mundo

Diplomacia

A Arménia "está próxima de um processo de normalização das relações com a Turquia sem condições prévias", disse hoje através da rede social Facebook o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros arménio, Vakhan Hounanian.

O mesmo responsável anunciou que Erevan vai "nomear um representante especial para o diálogo com Ancara".

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, anunciou que Ancara vai nomear um emissário para tratar proximamente de eventuais ligações aéreas entre Erevan e Istambul. 

Ao longo dos últimos 100 anos as relações entre os dois países têm sido tensas, nomeadamente devido à rejeição por parte de Ancara em reconhecer como "genocídio" o massacre de cidadãos arménios pelo Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Vários historiadores consideram que se tratou de um genocídio, assim como vários governos e parlamentos, entre os quais os dos Estados Unidos, da França e da Alemanha.

O número de vítimas mortais varia entre os 600 mil e os 1,5 milhões de arménios massacrados pelos turcos.

A Turquia, apesar da queda do Império Otomano em 1920, recusa aceitar o termo "genocídio", evocando a guerra civil e a fome extrema como a causa de morte "de entre 300 mil a 500 mil pessoas, arménios e turcos".

Ancara e Erevan nunca estabeleceram relações diplomáticas, sendo que as fronteiras entre os dois países se mantêm fechadas desde os anos 1990.

Em 2009, a Arménia e a Turquia assinaram um acordo para a normalização das relações, mas o documento nunca foi retificado por Erevan que abandonou o tratado em 2018.

As relações entre os dois países agravaram-se também por causa do conflito armado, no ano passado, que opôs a Arménia e o Azerbaijão por causa da região montanhosa do Nagorno-Karabakh.

A última guerra na região disputada por Erevan e Baku fez pelo menos 6.500 mortos, sendo que a Arménia foi obrigada a ceder vários territórios ao Azerbaijão, apoiado pela Turquia, no quadro do acordo de cessar-fogo mediado pela Rússia.

No final de novembro, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, e o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, tentaram desanuviar as tensões, na sequência de um encontro na Rússia patrocinado pelo Presidente Vladimir Putin.

Hoje, os dois dirigentes devem reunir-se em Bruxelas para discussões sobre as relações entre Erevan e Baku promovidas pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Leia Também: Turquia revela avanços para normalizar relações diplomáticas com Arménia

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