Três novas acusações mais de dois anos após descoberta de Qatargate

Três novas pessoas foram acusadas no final de 2024 no âmbito da chamada investigação 'Qatargate', que decorre na Bélgica e está relacionada com suspeitas de corrupção no Parlamento Europeu, adiantou hoje um dos advogados.

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Lusa
08/01/2025 23:59 ‧ há 13 horas por Lusa

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Qatargate

Os acusados são três ex-assessores ou assistentes que trabalharam no grupo Socialistas e Democratas (S&D) ou na comitiva da dupla italiana Pier Antonio Panzeri/Francesco Giorgi, duas das principais figuras do caso, indicou à agência France-Presse um advogado, confirmando uma informação avançada pelo jornal Le Soir.

 

A identidade dos três homens não foi comunicada e o Ministério Público Federal, contactado pela AFP, recusou qualquer comentário.

Segundo o Le Soir, os três homens são suspeitos de terem beneficiado de convites pagos pelo Qatar -incluindo um para um jogo de futebol do Campeonato do Mundo de 2022 -, de pagamentos em dinheiro ou de uma estadia num hotel de luxo em Marrocos.

Qatar e Marrocos, que sempre o negaram firmemente, são suspeitos de terem orquestrado esta corrupção para melhorar a sua imagem no Parlamento de Estrasburgo na questão dos direitos humanos.

O escândalo eclodiu em dezembro de 2022 com a detenção em Bruxelas de meia dúzia de alegados corruptos e a apreensão de enormes somas de dinheiro, encontradas nomeadamente nas casas do antigo eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri e da grega Eva Kaili, então vice-presidente do Parlamento Europeu, forçada a renunciar a esta função.

Além de Eva Kaili, Pier Antonio Panzeri e o seu antigo assistente Francesco Giorgi (ex-cônjuge da grega), dois antigos eurodeputados de fileiras socialistas, o belga Marc Tarabella e o italiano Andrea Cozzolino estão entre os acusados no caso.

As três novas acusações, que segundo o Le Soir elevam o total para "cerca de quinze", foram anunciadas pelos juízes durante uma audiência à porta fechada, terça-feira, em Bruxelas, dedicada ao acompanhamento da regularidade do processo, explicou o advogado contactado pela AFP.

A investigação foi interrompida durante mais de um ano por disputas de vários advogados sobre a legalidade do processo.

Foi aberto um procedimento paralelo, uma espécie de abertura de instrução, no Tribunal de Recurso de Bruxelas, estando ainda agendadas audiências para abril.

Ainda não foi referida uma data para uma eventual comparência em julgamento dos arguidos.

Leia Também: Costa quer ser escrutinado por Órgão Interinstitucional de Ética da UE

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