Trump? Panamá diz que soberania do Canal do Panamá "não é negociável"

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Panamá afirmou que a soberania do Canal do Panamá "não é negociável", em resposta a novas ameaças de anexação feitas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Lusa
08/01/2025 06:21 ‧ há 15 horas por Lusa

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Panamá

"O Presidente [panamiano], José Raúl Mulino, já declarou que a soberania do nosso canal não é negociável e faz parte da nossa história de luta e de uma conquista irreversível", disse Javier Martinez-Acha na terça-feira.

 

O ministro acrescentou que, "quando o presidente eleito [Trump] tomar posse", a 20 de janeiro, "a relação entre os Estados Unidos e o Panamá será gerida através dos canais formais, habituais e correspondentes".

Horas antes, Donald Trump não excluiu o uso de força militar para assumir o controlo do Canal do Panamá e da Gronelândia, ao afirmar que ambos os territórios são essenciais para a segurança dos EUA.

"Não me vou comprometer com isso", disse o republicano, numa conferência de imprensa na sua residência em Mar-a-Lago, Florida, quando questionado se excluiria o recurso às forças armadas.

No dia 20 de dezembro, o Panamá celebrou o 35º aniversário da invasão do país pelos Estados Unidos para capturar o ditador Manuel Antonio Noriega sob acusações de tráfico de droga.

O país centro-americano aboliu o exército após a incursão estrangeira, que fez entre 500 e quatro mil mortos.

"Pode ser que tenham de fazer alguma coisa. O Canal do Panamá é vital para o nosso país", referiu Trump.

O magnata voltou a acusar o Panamá de impor taxas de passagem excessivas aos navios norte-americanos e insistiu que a China controla o canal.

"As únicas mãos que controlam o canal são as panamianas e isso continuará a ser o caso", reiterou Martínez-Acha.

"O nosso canal tem como missão servir a humanidade e o seu comércio, este é um dos grandes valores que os panamianos oferecem ao mundo, dando uma garantia à comunidade internacional de não participar ou ser parte ativa em qualquer conflito", disse o ministro.

"Somos um país aberto ao diálogo hoje e sempre, ao investimento e às boas relações, mas com o lema claro de que a Pátria está em primeiro lugar", afirmou o chefe da diplomacia do Panamá.

Além do Canal do Panamá, Trump referiu--se na mesma conferência de imprensa à Gronelândia, um território autónomo da Dinamarca, um aliado de longa data dos Estados Unidos e membro fundador da NATO.

"Precisamos da Gronelândia para fins de segurança nacional", disse o Presidente eleito.

Já sobre o Canadá, país sobre o qual Trump tem ironizado com a possibilidade de se tornar o "51.º estado" norte-americano, o futuro presidente dos Estados Unidos recusou o uso de força militar, mas admitiu recorrer "à força económica".

O republicano sustentou que os Estados Unidos perdem anualmente "mais de dois mil milhões de dólares" (1,93 mil milhões de euros) nas trocas comerciais com o Canadá, nomeadamente na importação de automóveis e laticínios.

Leia Também: Trump não descarta força militar para obter Gronelândia e Canal do Panamá

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