"Concordámos com a importância da unidade e da integridade territorial da Síria e rejeitámos qualquer plano de divisão que possa ameaçar a unidade do país", afirmou o chefe das Forças Democráticas Sírias (FDS), Mazloum Abdi, em comunicado enviado à agência France Presse (AFP).
Abdi comentava uma reunião realizada em dezembro entre as suas forças e as novas autoridades que derrubaram o regime de Bashar al-Assad no início desse mês em Damasco.
O novo líder da Síria, Ahmed al-Charaa, manteve discussões iniciais positivas em Damasco, em 30 de dezembro, com uma delegação das FDS, disse por sua vez um responsável sírio à AFP sob anonimato.
As FDS, parceiras do Ocidente unidas e apoiada por Washington, numa coligação internacional antijihadista, têm sido a ponta de lança da luta na Síria contra o grupo terrorista Estado Islâmico.
Durante a guerra civil, que começou em 2011, aproveitaram a retirada das forças do regime para assumir o controlo de grandes áreas de território no nordeste da Síria e procuraram preservar os seus ganhos, enquanto o antigo regime de Bashar al-Assad os acusava de terem objetivos separatistas.
"Apoiamos os esforços da nova administração para garantir a estabilidade na Síria, a fim de preparar o terreno para um diálogo construtivo entre os sírios", declarou Abdi à AFP, acrescentando que "cabe à nova liderança intervir para estabelecer um cessar-fogo em todo o país".
Esta declaração surge após semanas de confrontos no norte do país entre as forças apoiadas por Washington e combatentes apoiados pela Turquia, que acusa as FDS de terem ligações com separatistas curdos armados no seu território.
Na região de Manbij (norte), estes confrontos fizeram mais de uma centena de mortos em dois dias até domingo, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, apesar da declaração de uma trégua sob mediação norte-americana.
Cinco civis foram hoje mortos e outros 15 ficaram feridos num ataque aéreo turco contra caravanas de civis que se dirigiam para a barragem de Tishreen, perto de Manbij, informou a administração autónoma.
Nas áreas controladas pelas FDS encontram-se vastas áreas agrícolas, mas também a maioria dos poços de petróleo do país, cruciais para as receitas da Síria.
Numa entrevista à Al-Arabiya TV no final de dezembro, al-Charaa disse que as FDS deveriam ser integradas no futuro Exército sírio.
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