"A TLH Holdco, filial a 100% da Telefónica, vendeu hoje a totalidade das suas ações da Telefónica Móviles Argentina ao grupo Telecom Argentina", informou a operadora telefónica em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola (CNMV).
"O preço total por 100% das ações transferidas ascende a 1,245 mil milhões de dólares norte-americanos" (aproximadamente 1,189 mil milhões de euros), adiantou o grupo, acrescentando que "a assinatura e o fecho da transação ocorreram hoje simultaneamente".
Para ser concluída, a venda desta filial à Telecom Argentina - um grupo controlado pelo gigante dos media Clarin - deve ser aprovada pelas autoridades de supervisão argentinas, acrescentou a Telefónica.
Num comunicado separado publicado no X, a presidência argentina indicou que esta venda estaria sujeita à luz verde da autoridade reguladora do país, que será responsável por "determinar" se a operação poderia levar a uma situação de "monopólio".
Esta venda poderá deixar "70% dos serviços de telecomunicações argentinos nas mãos de um único grupo económico", insiste o Governo do Presidente Javier Milei, que avisa que tomará "todas as medidas adequadas para o evitar".
A venda surge pouco mais de um mês depois da nomeação surpresa de Marc Murtra, ex-presidente da empresa de consultoria e tecnologia Indra, para a direção da operadora, substituindo José María Álvarez-Pallete, que liderava o grupo desde 2016.
A mudança "está em linha com a política de gestão da carteira de ativos do Grupo Telefónica, e está alinhada com a sua estratégia de reduzir gradualmente a sua exposição à América Hispânica", disse a gigante espanhola no seu comunicado de imprensa.
Há alguns anos, a Telefónica iniciou uma importante mudança estratégica para se concentrar nos seus quatro principais mercados (Espanha, Alemanha, Reino Unido e Brasil).
O objetivo desta estratégia é aumentar a rentabilidade e reduzir a dívida.
No âmbito desta estratégia, o grupo vendeu recentemente as suas filiais na Guatemala e na Costa Rica e chegou a acordo para vender a sua sucursal na Colômbia.
Segundo o diário Expansion, a venda de todas as suas atividades na América Latina poderá render entre 2,5 e 2,7 mil milhões de euros.
Estas vendas surgem após um período turbulento para a Telefónica, desde a entrada surpresa no seu capital do grupo saudita STC, que adquiriu 9,9% da operadora em setembro de 2023.
Esta irrupção levou o governo espanhol a regressar ao capital do grupo de telecomunicações em maio de 2024, um grupo é considerado "estratégico" pelo executivo devido aos serviços que presta ao exército espanhol.
O fundo público SEPI (Sociedad Estatal de Participaciones Industriales), que tinha saído do capital da Telefónica em 1997, adquiriu 10%.
O grupo bancário espanhol La Caixa também aumentou a sua participação na Telefónica para 9,9%.
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