Juiz insta administração Trump a rever proibição da agência AP na Casa Branca

Um juiz federal norte-americano instou hoje a administração Trump a rever a decisão de barrar a agência Associated Press (AP) da Casa Branca, escusando-se a tomar uma decisão imediata sobre o caso, na primeira audiência.

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Lusa
25/02/2025 00:09 ‧ há 3 horas por Lusa

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EUA

O juiz distrital Trevor N. McFadden disse na audiência com os advogados da AP e da administração de Donald Trump que a questão exige análise mais detalhada antes de uma decisão.

 

A agência, um meio de comunicação sem fins lucrativos em operação desde 1846, avançou para tribunal contra uma ação da Casa Branca, que começou gradualmente há duas semanas, que considera um "ataque direcionado" que atenta contra a Primeira Emenda da Constituição, que proíbe o governo de punir a liberdade de expressão.

O Presidente Donald Trump assumiu a decisão como uma represália por a agência não seguir inteiramente a sua ordem executiva que renomeou o Golfo do México como "Golfo da América".

Na audiência, McFadden questionou o papel da Associação de Correspondentes da Casa Branca e a observação da AP sobre a sua participação de longa data no corpo de imprensa da presidência: "Esta administração está de alguma forma ligada ao que aconteceu ao Presidente [William] McKinley?", perguntou, referindo-se ao chefe de Estado norte-americano da viragem do século XIX para o século XX (1897-1901).

"A Casa Branca aceitou a associação de correspondentes como mediador aqui e acaba de discriminar uma organização. Isto parece problemático", disse McFadden em conversa com o advogado do governo, Brian Hudak.

Mais tarde, McFadden alertou o advogado do governo para reconsiderar a sua posição de banir a agência, de acordo com a AP.

A AP diz que a questão atinge o cerne da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, enquanto a Casa Branca responde que o acesso ao Presidente é um privilégio, não um direito.

A AP diz manter a terminologia do "Golfo do México" porque o seu público é global e por parte das águas não pertencerem aos EUA, mas que também está a reconhecer a renomeação de Trump.

No processo, a AP acusa três funcionários de Trump -- a chefe de gabinete da Casa Branca, Susan Wiles, o vice-chefe de gabinete, Taylor Budowich, e a secretária de imprensa, Karoline Leavitt.

A AP afirma que a "imprensa e todas as pessoas nos Estados Unidos têm o direito de escolher as suas próprias palavras sem sofrer retaliações por parte do governo".

A Casa Branca rejeita estar em causa uma violação dos direitos de liberdade de expressão, argumentando que "a única pessoa que tem o direito absoluto de ocupar estes espaços [na Casa Branca] é o Presidente dos Estados Unidos".

"Para o resto de nós, é um privilégio, e sugerir o contrário é errado", escreveu Wiles a Julie Pace, editora executiva da AP, num e-mail incluído no processo.

Trump desqualificou a AP como uma organização de "lunáticos radicais de esquerda": "Vamos mantê-los fora até que concordem que este é o Golfo da América", disse.

Já no primeiro mandato de Trump, foram revogadas as credenciais da Casa Branca do repórter Jim Acosta, da CNN.

Depois de a CNN ter avançado para tribunal, outro juiz federal nomeado por Trump decidiu a favor de Acosta e restaurou o seu acesso à Casa Branca.

Dezenas de organizações noticiosas assinaram uma carta na semana passada a pedir à Casa Branca que revertesse a sua política. Os signatários incluíram órgãos de comunicação social favoráveis Trump, como a Fox News e Newsmax.

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