"Passámos os últimos dois meses a manter discussões e a fazer esforços diplomáticos para aliviar as sanções injustas que pesam sobre o nosso povo. Saudamos a decisão da UE de levantar algumas sanções que visam setores específicos e vemos isto como um passo para aliviar o sofrimento do nosso povo", destacou Assaad al-Chibani, através da rede social X.
O Conselho da União Europeia (UE) suspendeu hoje algumas sanções comunitárias aplicadas a setores económicos fundamentais da Síria, para apoiar a transição política e a recuperação económica do país.
"A UE pretende facilitar a colaboração com a Síria, a sua população e as empresas, em domínios essenciais como a energia e os transportes, bem como facilitar as transações financeiras e bancárias associadas a esses setores e as necessárias para fins humanitários e de reconstrução", adiantou o Conselho.
Em concreto, os ministros europeus decidiram suspender as sanções aplicadas aos setores da energia (incluindo petróleo, gás e eletricidade) e dos transportes e retirar cinco entidades (Banco Industrial, Banco de Crédito Popular, Banco de Poupança, Banco Cooperativo Agrícola e Syrian Arab Airlines) da lista das entidades sujeitas ao congelamento de fundos e recursos económicos, bem como permitir a disponibilização de fundos e recursos económicos ao Banco Central da Síria.
Ao mesmo tempo, optaram por introduzir determinadas isenções à proibição de estabelecer relações bancárias entre bancos e instituições financeiras sírios nos territórios dos Estados-membros, por prorrogar indefinidamente a aplicação da atual isenção humanitária e por criar uma exceção, para uso pessoal, das proibições de exportação de bens de luxo para a Síria.
Na sequência da decisão de hoje, o Conselho da UE avaliará se poderão ser suspensas outras sanções económicas, acompanhando também a situação no país para garantir que essas suspensões continuam a ser adequadas.
Continuam a aplicar-se sanções a indivíduos e entidades relacionadas com o regime de Bashar Al-Assad, com o setor das armas químicas e com o comércio ilícito de drogas e a outras áreas.
Também hoje, o ministro da Economia da Síria, Bassel Abdel-Hanane, discutiu com o diretor do Banco Mundial (BM) para o Médio Oriente a retoma da cooperação entre o BM e o seu país, suspensa desde o início do conflito em 2011, segundo os meios de comunicação estatais.
Bassel Abdel-Hanane propôs a formação de um "comité conjunto entre o ministério e o BM para avaliar" a retoma das atividades do Banco Mundial, segundo a agência de noticias estatal Sana.
Salientou que "a natureza do financiamento fornecido pelo BM determinará o tipo de projetos que serão financiados, tendo em conta os principais obstáculos à cooperação", segundo a mesma fonte.
Salientou ainda a importância de conceder empréstimos aos industriais cujas instalações foram destruídas, para que possam retomar as suas atividades, e levantou a possibilidade de criar um fundo de investimento para apoiar a indústria, desde que o Banco Mundial conceda subsídios nesta área.
As novas autoridades sírias estão a tentar restabelecer os laços com as instituições internacionais para apoiar a reconstrução e ajudar a reanimar a economia, que foi sufocada pelas sanções internacionais e devastada por quase 14 anos de guerra civil.
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