Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, soube da morte do pai, o histórico político Jean-Marie Le Pen, através de jornalistas num avião no regresso de uma visita a Mayotte.
Segundo conta a jornalista da BFMTV Sophie Dupont, que acompanhava a viagem de Le Pen, o avião teve de fazer uma escala técnica em Nairobi, no Quénia, e foi nesse momento que os jornalistas tiveram conhecimento da notícia.
A notícia da morte, sublinhe-se, foi anunciada pela família de Jean-Marie Le Pen à agência de notícias francesa France-Presse (AFP), indicando que o histórico estava "rodeado pela família" e "foi chamado de volta a Deus às 12h00" (11h00 em Lisboa).
"Nós [jornalistas] voltámos a ligar os nossos telemóveis nessa altura e recebemos um alerta da AFP sobre o desaparecimento de Jean-Marie Le Pen", explicou Dupont.
Após terem conhecimento da notícia, os jornalistas perguntaram ao "assessor de imprensa de Marine Le Pen se podia confirmar a informação", mas "ele não tinha conhecimento".
"Levantou-se e dirigiu-se à sede de Marine Le Pen para lhe dizer que o seu pai tinha morrido", acrescentou.
A filha de Le Pen, fundador da Frente Nacional (criado em 1972), atual União Nacional (RN, na sigla em francês), dirigiu-se então à parte da frente do avião para falar ao telefone e depois regressou ao seu lugar. O avião que transporta Marine Le Pen deverá aterrar em França pelas 23h10 locais (22h10 em Lisboa).
Jean-Marie Le Pen retirou-se progressivamente da vida política a partir de 2011, quando Marine assumiu a presidência do partido, que liderou até novembro de 2023.
Figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido pela sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo, que lhe valeu tanto apoiantes fiéis como uma condenação generalizada.
Em 2018, Marine Le Pen mudou o nome do partido para se demarcar da sua imagem "demonizada" e expandir o seu apelo eleitoral, culminando no seu próprio sucesso.
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