Ucrânia? "Liderança norte-americana é de fundamental importância"

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, sublinhou hoje que a liderança dos Estados Unidos na ajuda à Ucrânia para combater a invasão russa é de "fundamental importância", assim como a continuação dessa ajuda.

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© JULIA NIKHINSON/AFP via Getty Images

Lusa
08/01/2025 20:57 ‧ há 14 horas por Lusa

Mundo

Lloyd Austin

O chefe do Pentágono emitiu estas declarações na véspera do anúncio de um novo pacote de ajuda militar norte-americana a Kyiv.

 

Lloyd Austin participará na quinta-feira numa reunião dos países que apoiam a Ucrânia, organizada, tal como anteriormente, na base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha.

Trata-se da última reunião deste tipo antes da tomada de posse do Presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, que já manifestou várias vezes o seu ceticismo em relação à continuação da ajuda de Washington à Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez saber hoje à noite que participará nessa reunião.

"A liderança norte-americana é de fundamental importância, e nós estamos a dar o exemplo", declarou o secretário da Defesa.

"Não nos limitámos a pedir aos países que fornecessem ajuda em matéria de segurança - mostrámos-lhes o caminho em cada caso, no que diz respeito à quantidade de assistência na área da segurança que forneceram e à rapidez com que essa assistência foi enviada", acrescentou.

"É realmente importante para toda a coligação continuar a fornecer ajuda militar à Ucrânia. Os Estados Unidos têm estado na linha da frente deste esforço, e esperamos que continuem a fazê-lo, porque ainda não acabou", afirmou ainda Lloyd Austin.

O Governo norte-americano cessante tentou fornecer o máximo de ajuda possível à Ucrânia antes da tomada de posse do Presidente eleito, Donald Trump, a 20 de janeiro, mas este já criticou abertamente essa ajuda e afirmou que vai obrigar a Rússia e a Ucrânia a um cessar-fogo.

As declarações de Trump alimentaram o receio, na Ucrânia e entre os aliados europeus de Kyiv, sobre a capacidade do Exército ucraniano para enfrentar o Exército russo se deixar de ter o apoio norte-americano.

Washington concedeu mais de 65 mil milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e um alto responsável do Pentágono deu esta semana a entender à comunicação social que seria feito um anúncio "substancial" na reunião de Ramstein, na quinta-feira.

Ao anunciar que irá à reunião, Zelensky indicou que manterá em Ramstein "reuniões com parceiros ao nível dos ministros da Defesa e comandantes militares".

Por seu lado, Austin salientou que a guerra, que em breve completará três anos de existência, infligiu graves danos à Rússia, tanto ao nível da sua economia como da sua capacidade para enviar o Exército para o exterior.

Com as suas forças concentradas na Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, "não teve capacidade para responder a um desafio na Síria", observou o secretário da Defesa dos Estados Unidos, referindo-se à queda, no mês passado, do regime de Bashar al-Assad, há muito apoiado por Moscovo, após uma ofensiva de apenas 12 dias.

"E ao perder a sua posição na Síria, perde a sua plataforma de projeção - usava a Síria para enviar forças militares para África. A sua capacidade para continuar a fazê-lo está agora em causa", acrescentou, referindo-se ao destino ainda em aberto das bases militares russas na Síria.

Entretanto, em Paris, numa conferência de imprensa com o homólogo francês, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu hoje que um potencial acordo para pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem de incluir um mecanismo de dissuasão para impedir que Moscovo lance futuramente um novo ataque.

Segundo Blinken, tal mecanismo poderá assumir diferentes formas, entre as quais uma "linha de demarcação ou de cessar-fogo" que seja monitorizada por outros países.

"O próximo Governo [norte-americano] terá de decidir, se isso acontecer, que papel, se algum, terão os Estados Unidos", declarou, referindo-se à ida em breve para a Casa Branca de Donald Trump, que tem repetidamente insistido num fim rápido do conflito.

Para o chefe da diplomacia norte-americana cessante, o Governo de Trump vai querer assegurar "o melhor acordo possível" e isso significa, na sua opinião, um pacto que "inclua uma verdadeira dissuasão para a Rússia", para impedir que proceda a nova agressão.

Porque Blinken está convencido de que Putin "não desistiu nem desistirá das suas ambições imperialistas" e, em caso de cessar-fogo, quererá utilizar o tempo de suspensão dos combates para recuperar, reequipar-se e "eventualmente atacar de novo".

O secretário de Estado norte-americano vincou que o Governo do Presidente cessante, o democrata Joe Biden, do qual faz parte, tem estado a trabalhar para que a Ucrânia comece 2025 "numa posição de força", tanto no caso de continuação dos combates com a Rússia como em caso de negociações e de um cessar-fogo.

Blinken asseverou que Biden continuará a apoiar a Ucrânia "até ao último dia" da sua presidência e mostrou-se confiante em que os seus aliados continuarão igualmente a fazê-lo.

Leia Também: EUA devem anunciar quinta-feira último pacote de ajuda militar à Ucrânia

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