Guterres alerta que esperança está ameaçada por chacina de civis na Síria

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou hoje que a esperança renovada sentida pelos sírios após a queda do regime de Bashar al-Assad está agora ameaçada pela violência e chacina de civis registadas nos últimos dias.  

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
13/03/2025 17:23 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Síria

Assinalando os 14 anos desde que o "povo sírio se levantou em protesto pacífico pelos seus direitos e liberdades universais, apenas para ser recebido com uma repressão brutal", Guterres reforçou que desde 08 dezembro passado - data em que uma coligação de rebeldes armados assumiu o controlo do país - o país passou a vivenciar "uma esperança renovada", que agora está em risco. 

 

"Desde 08 de dezembro que existe uma esperança renovada de que os sírios possam traçar um rumo diferente e ter a hipótese de reconstruir, reconciliar e criar uma nação onde todos possam viver em paz e com dignidade", disse Guterres em comunicado. 

"Perturbadoramente, este futuro brilhante e tão merecido está em jogo. Nada pode justificar a chacina de civis, como foi noticiado nos últimos dias. Toda a violência deve cessar e deve haver uma investigação fiável, independente e imparcial das violações e os responsáveis devem ser responsabilizados", instou. 

O líder da ONU recordou que as autoridades interinas comprometeram-se repetidamente a construir uma nova Síria baseada em fundamentos inclusivos e fiáveis para todos os sírios.  

"Agora é tempo de agir", insistiu, acrescentando: "São urgentemente necessárias medidas ousadas e decisivas para garantir que todos os sírios --- independentemente da etnia, religião, filiação política ou género --- possam viver em segurança, dignidade e sem medo". 

As Nações Unidas, garantiu Guterres, estão prontas para trabalhar ao lado do povo sírio e apoiar uma transição política inclusiva que garanta "a responsabilização, promova a cura nacional e estabeleça as bases para a recuperação a longo prazo da Síria e a sua reintegração na comunidade internacional". 

"Juntos, devemos garantir que a Síria sai das sombras da guerra para um futuro definido pela dignidade e pelo Estado de direito, onde todas as vozes sejam ouvidas e nenhuma comunidade seja deixada para trás", concluiu o secretário-geral, em comunicado. 

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou na quarta-feira que pelo menos 1.383 civis foram mortos em combates no oeste do país no final da semana passada, na sequência de uma onda de ataques de grupos leais ao antigo Presidente Bashar al-Assad, deposto a 08 de dezembro e atualmente exilado na Rússia. 

Esta organização estima que 420 foram executados pelas forças de Damasco e grupos aliados, enquanto 211 foram mortos por milicianos leais a Assad. 

As mortes ocorreram principalmente nos dias 07 e 08 de março, no reduto da minoria alauita, o ramo do Islão xiita a que pertence o clã do ex-presidente Bashar al-Assad. 

Os atos de violência opuseram as forças de segurança sírias a grupos fiéis a Assad e são os mais graves desde a chegada ao poder de uma coligação liderada pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS). 

Ameaçam a estabilidade de um país já devastado por 14 anos de guerra civil sob o regime de Assad. 

As tensões começaram em 06 de março numa aldeia de maioria alauita da província de Latakia, na sequência da detenção de uma pessoa procurada pelas forças de segurança. 

A situação degenerou rapidamente em confrontos quando homens armados da minoria muçulmana alauita, que as autoridades descreveram como leais a Assad, abriram fogo contra várias posições ocupadas pelas forças de segurança. 

Os civis da comunidade alauita foram depois alvo de represálias. 

Leia Também: Qatar dá início a fornecimento de gás natural à Síria através da Jordânia

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