O presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitou a região de Kursk pela primeira vez desde a incursão da Ucrânia, na quarta-feira. Vestido com um uniforme militar, o chefe de Estado fez uma ordem: recuperar a totalidade da região fronteiriça.
Segundo a imprensa russa, Putin visitou um centro de controlo das forças russas em Kursk numa altura em que estas têm reivindicado ganhos rápidos contra as forças ucranianas nos últimos dias.
O comandante das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, revelou ao presidente russo que foram capturados 430 soldados ucranianos durante os recentes avanços e que já foi possível recuperar 86% do território ocupado. Putin, por sua vez, sugeriu que estes prisioneiros fossem "tratados como terroristas".
Putin surgiu em Kursk vestido com um uniforme militar um dia após os Estados Unidos e a Ucrânia terem chegado a um acordo para uma trégua de 30 dias. A Rússia, no entanto, ainda não se pronunciou.
Sublinhe-se que as forças ucranianas ocupam parte da região russa de Kursk desde agosto de 2024, mas já tinham perdido cerca de 40 por cento do território conquistado três meses depois.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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