CE não comenta corrupção de PE e Huawei mas lembra restrição no 5G

A Comissão Europeia não comentou hoje o caso de alegada corrupção no Parlamento Europeu envolvendo lobistas da chinesa Huawei e que terá ramificações em Portugal, mas lembrou a restrição aplicada à empresa nas redes de quinta geração (5G).

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Lusa
13/03/2025 11:51 ‧ há 3 horas por Lusa

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"Não temos rigorosamente nenhum comentário a fazer sobre esta investigação. Permitam-me, no entanto, recordar que a segurança das nossas redes 5G é obviamente crucial para a nossa economia e é por isso que, na nossa comunicação de 2023, a Comissão avaliou que a Huawei representa riscos materialmente mais elevados do que outros fornecedores", disse o porta-voz da instituição para a soberania tecnológica, Thomas Regnier.

 

Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, Thomas Regnier acrescentou: "É por isso que a Comissão considera que os Estados-membros podem adotar decisões que restrinjam ou excluam a Huawei das suas redes 5G".

"Isto estaria em linha com a nossa caixa de ferramentas para o 5G. Agora, instamos todos os Estados-membros a tomar medidas porque a falta de ação rápida exporia a UE como um todo a um risco claro", alertou ainda o responsável.

As autoridades belgas realizaram hoje uma vintena de buscas no âmbito de uma investigação de corrupção no Parlamento Europeu envolvendo lobistas da chinesa Huawei e que terá ramificações em Portugal, noticia o jornal belga Le Soir.

A polícia realizou cerca de vinte buscas na Bélgica, no âmbito de uma investigação sobre corrupção na assembleia europeia "sob a capa de lóbis comerciais", tendo sido detidas várias pessoas, anunciou o Ministério Público Federal belga, que referiu ainda uma busca em Portugal.

Contactada pela Lusa, a Polícia Judiciária confirmou estar a colaborar com as autoridades belgas, mas não acrescentou mais pormenores.

De acordo com o jornal belga Le Soir, a investigação visa as práticas em Bruxelas, desde 2021, de lobistas ligados ao grupo chinês de telecomunicações Huawei.

A investigação suspeita que tenha havido transferências feitas "para um ou mais deputados europeus através de uma empresa portuguesa" que terá sido também alvo de buscas hoje, acrescenta o jornal, sem adiantar pormenores.

Fonte do Parlamento Europeu adiantou à Lusa que este tem, sempre que solicitado, colaborado totalmente com as autoridades.

"As vantagens financeiras ligadas à alegada corrupção foram possivelmente misturadas com fluxos financeiros ligados ao pagamento de despesas de conferências e pagas a vários intermediários, com o objetivo de ocultar a sua natureza ilícita ou de permitir que os autores escapassem às consequências dos seus atos", diz o procurador Federal, citado pelo diário belga francófono.

Segundo o procurador, a investigação procura igualmente identificar eventuais elementos de branqueamento de capitais.

Nenhum eurodeputado foi ainda identificado nesta operação, de acordo com o Le Soir e os seus parceiros da investigação jornalística - o semanário Knack, a plataforma de investigação neerlandesa Follow The Money e os jornalistas de investigação gregos Reporters United.

A alegada corrupção neste caso envolveu presentes de valor (incluindo smartphones Huawei), bilhetes para jogos de futebol (a Huawei tem um camarote privado no Lotto Park, o estádio do RSC Anderlecht) ou transferências de alguns milhares de euros.

De acordo com o código de conduta dos eurodeputados, qualquer objeto oferecido por um terceiro de valor superior a 150 euros deve ser declarado e inscrito publicamente no registo de ofertas.

Leia Também: Vários detidos por corrupção no Parlamento Europeu. Buscas em Portugal

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