"Os representantes das forças da oposição chegaram à conclusão de que o candidato que goza de um elevado grau de consenso é o general Joseph Aoun e, consequentemente, decidiram apoiá-lo para o cargo de presidente da República Libanesa", afirmaram os deputados em comunicado.
De acordo com o texto, reproduzido pela Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN), os parlamentares afirmaram que realizaram um exercício de "responsabilidade nacional" e distanciaram-se do principal candidato à presidência, Michel Moawad, com o objetivo de alcançar um consenso mais amplo num momento de "crise política".
O Líbano está sem presidente desde que o mandato de Michel Aoun - com quem Joseph não tem qualquer parentesco - expirou em outubro de 2022, uma vez que os diferentes blocos políticos não conseguiram chegar a acordo sobre um candidato com consenso e apoio suficiente, tornando infrutíferas 12 dias sessões eleitorais no parlamento.
Os deputados realizarão uma nova sessão para preencher esta lacuna na quinta-feira, às 11:00 locais (09:00 em Lisboa), depois de um dia marcado por anúncios de apoio a Aoun e pela desistência da corrida presidencial de Suliman Franjieh, o candidato apoiado pelo grupo xiita Hezbollah, que também endossa o comandante do Exército.
Tanto o Hezbollah como o seu aliado xiita movimento Amal têm-se mostrado relutantes à candidatura de Aoun, argumentando que a sua eleição exigiria uma reforma constitucional, dADO que, de acordo com a lei fundamental libanesa, um chefe do exército não pode ser eleito presidente até que passem dois anos sobre a demissão dos seu cargo militar.
No entanto, os deputados do Hezbollah indicaram que não vetarão a escolha no general, que segundo previsões divulgadas na imprensa libanesa, poderá obter até 95 dos 128 votos se obtiver o apoio dos dois grupos xiitas, uma maioria expressiva que não exigiria uma alteração constitucional.
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