Também o Quénia detetou, "pelo menos, três" casos iniciais da variante Ómicron em viajantes que chegaram ao país, anunciou hoje o ministro da Saúde queniano, Mutahi Kagwe.
No Ruanda, os turistas vão passar a ter que se submeter a uma quarentena de três dias, em vez das 24 horas até agora, anunciou o Governo, entre outras medidas, depois de registar os seis casos de infeção com a Ómicron entre viajantes e seus respetivos contactos.
"Será realizado um teste PCR à chegada e um teste adicional às suas próprias custas no terceiro dia e no sétimo dia a partir da data de chegada", anunciou o Ministério da Saúde numa declaração divulgada na terça-feira à noite.
O atual recolher obrigatório imposto no país entre as 00:00 e as 04:00 mantém-se, e as discotecas voltaram a receber ordem para fechar, três meses apenas após terem permissão para reabrir.
Quanto ao Quénia, segundo o ministro Mutahi Kagwe, foram detetados, "pelo menos, três" casos da Ómicron "entre passageiros nos aeroportos", mas os serviços quenianos recolheram já "muitas mais amostras" que irão "sequenciar", acrescentou o governante, esclarecendo que as pessoas infetadas são duas quenianas e uma sul-africana.
De acordo com Kagwe, as pessoas hospitalizadas com covid-19 no Quénia ainda estão predominantemente infetadas com a variante Delta, mas espera-se que os casos de Ómicron aumentem rapidamente.
"É apenas uma questão de tempo até que a Ómicron se torne a variante dominante", disse o governante aos jornalistas em Mombaça.
O país da África Oriental tem vindo a sofrer um surto de infeções nos últimos dias, após uma interrupção de vários meses. Na terça-feira, a taxa positiva entre os testados foi de 11,5%, cerca de 10 vezes superior à da semana anterior.
Kagwe descartou a possibilidade do país vir a reagir por "reação" em resposta à deteção da Ómicron, garantindo que "as decisões" que o Governo vier a tomar "devem ser medidas e ponderadas".
A variante Ómicron, detetada inicialmente na África do Sul e comunicada à Organização Mundial de Saúde (OMS) em 24 de novembro, parece ser mais contagiosa e resistente às vacinas, tendo levado muitos governos a imporem medidas restritivas para mitigar a transmissão.
O Ruanda, por exemplo, tornou-se o primeiro país da África Oriental a proibir no mês passado os voos diretos de e para nove países da África Austral onde a variante Ómicron foi descoberta.
No total, o país registou 100.763 casos de covid-19 e 1.344 mortes, de acordo com os números oficiais. Até agora, o Ruanda vacinou completamente 4,2 milhões de pessoas, ou cerca de 60% dos ruandeses com 18 anos ou mais.
Já o Quénia, que regista oficialmente 256.815 casos de infeção e 5.349 mortes associadas à covid-19 desde o início da pandemia, vacinou completamente apenas 3,27 milhões de pessoas, ou 12% da população adulta, de acordo com os números oficiais. O Governo queniano esperava vacinar 10 milhões de pessoas até ao Natal e mais 27 milhões de pessoas até ao final de 2022.
A OMS advertiu na terça-feira que a Ómicron está a espalhar-se a um ritmo sem precedentes e instou os países a agirem rapidamente para refrear a transmissão do vírus.
Desde que a nova variante, que apresenta perto de meia centena de mutações, foi sequenciada pela primeira vez na África Austral no mês passado, foi já reportada em 77 países, de acordo com a OMS.
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