Brasil e EUA mantiveram cooperação de prevenção e combate ao terrorismo

Brasil e Estados Unidos mantiveram uma "forte cooperação" e uma relação próxima entre a Polícia Federal e entidades norte-americanas no combate ao terrorismo em 2020, conclui-se num relatório publicado hoje pelo Departamento de Estado dos EUA.

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Lusa
16/12/2021 19:18 ‧ 16/12/2021 por Lusa

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Relatório

O relatório publicado hoje pelos Estados Unidos sobre o terrorismo em 2020 destaca a continuação de "esforços colaborativos" com o Brasil desde os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, numa "forte cooperação contraterrorismo".

Os EUA sublinham também os esforços da Polícia Federal brasileira, a "principal agência contraterrorismo do país", em nutrir uma relação próxima com entidades contraterrorismo de vários outros países, "para avaliar e mitigar potenciais ameaças terroristas".

Sem incidentes terroristas identificados no Brasil em 2020, o relatório indica que não houve grandes mudanças na legislação contraterrorismo no país, mas refere a criação do Grupo de Trabalho de Avaliação Nacional de Riscos de Lavagem de Dinheiro, Financiamento do Terrorismo e Financiamento da Proliferação de Armas de Destruição em Massa, pelo Presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o documento, o Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil e o FBI (Departamento Federal de Investigação dos EUA) concluíram um acordo de partilha de informações em 2019, que iria ajudar ao estabelecimento de um sistema de agregação de informações biométricas, segundo o padrão norte-americano.

"A missão do programa biométrico conjunto é prevenir viagens baseadas em identidades fraudulentas no Aeroporto de São Paulo e na área da Tríplice Fronteira", onde se encontram os limites da Argentina, Brasil e Paraguai, indica o relatório, acrescentando que o início da formação estava planeada para 2021.

Na área da Tríplice Fronteira, o Brasil "coordenou ativamente os esforços de aplicação e execução da lei" com a Argentina e Paraguai e manteve-se como "membro ativo" do Mecanismo de Segurança Regional estabelecido em 2019 entre os três países e os Estados Unidos, cujo objetivo é "facilitar a coordenação da segurança e do contraterrorismo".

O relatório refere ainda a extradição para Espanha, em 06 de fevereiro de 2020, de Carlos García Juliá, preso no Brasil desde 2018, depois de ter sido identificado e condenado há décadas como um dos autores do atentado de Atocha de 1977, contra um líder local do Partido Comunista em Madrid, em que morreram cinco pessoas.

"Carlos García Juliá, que estava foragido da justiça espanhola desde o início dos anos 1990, foi preso em 2018 em São Paulo, onde vivia com uma identidade venezuelana fraudulenta e trabalhava como motorista da [plataforma] Uber", acrescenta o relatório.

O documento divulgado hoje pelos Estados Unidos, dividido por países, concluiu que "a pandemia global de covid-19 complicou o cenário terrorista", pois as organizações terroristas "adaptaram as suas abordagens e apelos" e usaram a internet para "continuar a radicalizar, incitar à violência e inspirar ataques".

A nível geral e internacional, "apesar dos importantes sucessos do contraterrorismo, os grupos terroristas continuam a ser uma ameaça persistente e generalizada em todo o mundo", desafios que "exigem um compromisso e investimento contínuo nos esforços globais de contraterrorismo".

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