Centenas de migrantes exigem autocarros e documentos para deixar o México
Centenas de migrantes exigiram hoje, num protesto em Chiapas, no sudeste do México, que o Instituto Nacional de Migração (INM) lhes forneça autocarros e acelere o processamento dos documentos, após vários dias ou meses de espera.
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Mundo Migrações
Um grupo de estrangeiros, maioritariamente da América Central, mas também da Venezuela Cuba, Colômbia e Haiti marchou cerca de 500 metros até aos escritórios da Migração, em Tapachula, onde chegaram de forma ordeira para falar com o responsável pela regularização dos processos.
Após vários minutos de espera, um agente de imigração disse que foram hoje entregues os documentos de saída aos migrantes que estavam na lista de transferência para outros Estados.
Uma mulher venezuelana, presente no protesto, disse à agência Efe que os migrantes apenas pedem os documentos para poder seguir o seu caminho.
"Decidimos marchar até ao INM e viemos reclamar os nossos direitos, porque estamos há dois meses a dormir num acampamento, mas isso não lhes importa. Por isso marchamos", denunciou.
Como forma de protesto, os migrantes ficarão a dormir esta noite em frente aos escritórios do INM, na tentativa de serem ouvidos pelas autoridades.
Caso contrário, advertem, formarão uma caravana, como as que têm surgido nos últimos meses, com milhares de migrantes rumo à fronteira.
Ao mesmo tempo, um grupo de cerca de 150 cidadãos do Haiti bloqueou uma estrada no município de Mapstepec, num ato de protesto que provocou confrontos com moradores e camionistas, que expulsaram os migrantes com paus e pedras para desipedir a via.
Em Tapachula, os moradores convocaram uma "resistência civil" para evitar que os migrantes continuem a fechar as ruas ao exigir autocarros.
Os protestos são um reflexo da pressão migratória no México, onde as autoridades intercetaram 228.115 migrantes e deportaram 82.627 entre janeiro e outubro de 2021, números nunca vistos nos últimos 15 anos.
As autoridades do INM, em Tapachula, entregaram documentos aos migrantes para que possam deixar a cidade, que os ativistas apelidam de "grande prisão migratória", e prosseguir o seu processo administrativo para obter um visto por razões humanitárias noutros Estados.
Enquanto isso, cerca de 2.000 migrantes, incluindo haitianos, centro-americanos, venezuelanos e cubanos permanecem num acampamento a aguardar documentos.
No local estão estacionadas equipas antimotim da Guarda Nacional, que vigiam o perímetro do acampamento.
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