A quatro dias do escrutínio, vários responsáveis líbios concordam que as eleições, que deveriam marcar o culminar de um laborioso processo de transição, não poderão realizar-se a 24 de dezembro, devido em particular à falta de uma lista oficial de candidatos e a desacordos persistentes entre campos rivais sobre a base jurídica da votação, segundo a agência France-Presse.
Até agora, nenhuma instituição parece disposta a assumir a responsabilidade de formalizar um adiamento, com a Alta Comissão Eleitoral (HNEC) e o parlamento com sede em Tobruk (leste) a considerarem, cada um, que cabe ao outro fazê-lo.
Observando o impasse, 17 candidatos presidenciais admitiram implicitamente que a votação seria adiada, tendo solicitado à HNEC explicações sobre "os motivos pelos quais não haverá eleição na data marcada", de acordo com um comunicado lido à imprensa por um porta-voz conjunto.
Abdelhakim Abdellah Swihel pediu ainda à HNEC para "publicar a lista final dos candidatos presidenciais".
Desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, após uma revolta popular, que a Líbia tem vindo a tentar pôr termo a uma década de caos, marcada nos últimos anos pela existência de poderes rivais no leste e no oeste do país.
As principais figuras que concorreram à presidência são Seif al-Islam Kadhafi, filho do antigo ditador, o marechal Khalifa Haftar, "homem forte" do leste, e o atual primeiro-ministro interino, o empresário Abdel Hamid Dbeibah.
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