Em Espanha é agora obrigatório utilizar máscara em ambientes fechados ou em espaços abertos se houver multidões. Contudo, especialistas tinham já alertado que as máscaras são mais eficazes em espaços fechados do que ao ar livre, onde o risco de contágio é muito menor.
Toni Trilla, chefe de Epidemiologia do Hospital Clínic de Barcelona, explicou, ao El País, que voltar a impor o uso de máscaras no exterior não terá um efeito significativo na contenção do vírus. “Não entendo a teimosia em colocar essa medida. É uma operação superficial que, além disso, tira a credibilidade sobre a eficácia da medida”, disse.
O profissional de saúde questionou ainda: "Se for à rua sozinho ou estou a dois metros de outra pessoa, vou ficar infetado? Não. As máscaras de rua podem ajudar a reduzir o contágio? Sim, mas não em proporção suficiente para justificar a medida.”
“E quem diz que é mais fácil para as pessoas porque assim se utiliza sempre a máscara é tratar os cidadãos de forma infantil”, comentou.
Magda Campins, também chefe de Epidemiologia do Hospital Vall d'Hebron, concorda com esta opinião em relação ao regresso da obrigatoriedade do uso de máscaras na rua. “É uma medida que pode ajudar a consciencializar as pessoas de que estamos em pandemia, mas à parte da consciencialização, não vejo benefício nenhum. Neste momento são necessárias medidas drásticas”.
José Martínez Olmos, professor da Escola Andaluza de Saúde Pública, também se pronunciou sobre esta restrição, garantindo que “não vai servir para nada”. Acrescentou que “a maioria das pessoas já põe a máscara quando há multidões na rua. Com isso não resolvemos o enorme aumento de casos ”.
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